Iniciativa promoveu a troca de experiências e atualização de práticas entre profissionais que atuam nos direitos das pessoas com deficiência
O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) promoveu, nesta segunda-feira (16), o seminário “Construindo Pontes”, no Fórum Trabalhista de Manaus (FTM). A iniciativa reuniu servidores públicos e privados das áreas da saúde e dos direitos das pessoas com deficiência para trocar experiências, discutir boas práticas e fortalecer conexões interinstitucionais em prol de um atendimento mais inclusivo e qualificado.
O diretor da Coordenadoria de Saúde do TRT-11, Bruno Pinheiro, ressaltou que o evento teve como objetivo fortalecer a troca de experiências entre instituições e consolidar o papel do tribunal como referência na medicina do trabalho nas regiões Norte e Nordeste. Segundo ele, a proposta foi ampliar o conhecimento das equipes por meio da cooperação técnica e da discussão de práticas atualizadas, especialmente diante de temas em constante evolução. “Nossa expectativa é realizar encontros como este de forma recorrente, sempre atualizando nossa equipe e fortalecendo o intercâmbio de saberes com outras instituições”, enfatizou.
No mesmo entendimento, a médica Lailah Vilela, especialista em inclusão e avaliação das deficiências, reforçou a importância da qualificação técnica como pilar para a garantia de direitos. Durante a palestra que ministrou sobre a abordagem integrada na avaliação de pessoas com deficiência, ela destacou o papel da informação e da mobilização social para o avanço das políticas públicas. “É essencial que profissionais, gestores e a sociedade compreendam corretamente o conceito de deficiência, conforme previsto na legislação. E que as entidades tenham condições de cobrar a efetiva implementação da avaliação unificada pelo governo federal. Esse é o caminho para promover mais justiça e inclusão”, afirmou.
Entre os participantes, a assistente social Roberta Neves Grana, servidora da Universidade Federal do Amazonas (Ufam), lotada no Centro de Educação a Distância (Cead), destacou a relevância da iniciativa no contexto atual da administração pública. “A capacitação é essencial para oferecer um atendimento adequado, promover a inclusão e construir um ambiente de trabalho mais humanizado”, observou. “Acredito que o Tribunal pode servir de exemplo para outros órgãos. A partir do momento em que essa iniciativa é colocada em prática, outros setores públicos — e até mesmo privados — podem se inspirar e incorporar essa nova abordagem em suas rotinas”, acrescentou. A médica Lailah Vilela, especialista em inclusão e avaliação das deficiências, reforçou a importância da qualificação técnica
Abordagem multidisciplinar
O evento também contou com uma análise de casos com abordagem multidisciplinar, conduzida por profissionais da Coordenadoria de Saúde do TRT-11. Participaram da atividade o médico do trabalho Alexandre Ralph, o psicólogo Ismael Rabelo, a assistente social Erica Meneses, o médico do trabalho Evandro Carlos Miola, a assistente social Iracema Monteiro e a psicóloga Carolina Pinheiro.
A equipe compartilhou experiências e práticas avaliativas voltadas à saúde das pessoas com deficiência, reforçando a importância da atuação conjunta entre diferentes áreas do conhecimento para garantir diagnósticos mais humanizados, técnicos e alinhados à legislação vigente. A assistente social Érica Meneses defendeu abordagens mais adaptáveis e sensíveis à diversidade. “Essas práticas não devem ser vistas como modelos rígidos, mas como referências efetivas para avaliações com base em inclusão, diversidade e garantia de direitos”, disse.
Durante a exposição, o médico do trabalho Alexandre Ralph abordou a relevância da colaboração entre especialidades no processo de avaliação. “Ao lado dos médicos, assistentes sociais e psicólogos tornam a avaliação mais fiel às reais limitações das pessoas com deficiência.”
Olhar humanizado
O também médico do trabalho Evandro Carlos Miola destacou os avanços proporcionados pela Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência. “Deixamos de avaliar apenas o aspecto físico da deficiência para compreender a realidade social e laboral da pessoa. Somente com equipes multiprofissionais é possível ter um diagnóstico acessível e condizente com as barreiras enfrentadas no cotidiano”, salientou.
A psicóloga Carolina Pinheiro ressaltou o valor de compreender o ser humano para além das limitações físicas. “Com a inclusão do olhar da psicologia e do serviço social, deixamos de focar apenas no grau da deficiência e passamos a compreender o ser humano em sua integralidade, nos aspectos sociais, emocionais e laborais”.
Por fim, o psicólogo Ismael Rabelo enfatizou a importância de considerar as vivências e as subjetividades das pessoas avaliadas. “A avaliação multiprofissional permite olhar para além do diagnóstico clínico. Ela nos ajuda a entender como cada pessoa vivencia sua deficiência em relação ao ambiente, às relações sociais e às exigências do mundo do trabalho. Esse olhar humanizado é fundamental para garantir não apenas direitos, mas também dignidade e pertencimento”, finalizou.
Confira as fotos do seminário “Construindo Pontes” AQUI.
Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Jonathan Ferreira
Fotos: Natan Zanes