74Presidente do TRT, Graça Alecrim, comemora as conquistas das mulheres. Foto: A Crítica

Atualmente, três tribunais de peso no Estado são presidido por mulheres: Tribunal de Justiça (TJAM), Tribunal Regional do Trabalho (TRT-AM/RR) e Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM)

A participação das mulheres nos espaços de Poder do País é um assunto que está na pauta do Dia Internacional da Mulher. E, por sinal, elas estão fazendo história no Poder Judiciário amazonense. Atualmente, três tribunais de peso no Estado são presidido por mulheres: Tribunal de Justiça (TJAM), Tribunal Regional do Trabalho (TRT-AM/RR) e Tribunal Regional Eleitoral (TRE-AM).

“A mulher está avançando cada vez mais em cargos de direção. Antigamente não tinha mulher juíza ou desembargadora. Hoje todas as presidências são exercidas por mulheres. E acredito que cada vez vai melhorar mais. A mulher não tem porque estar em nível menor que o homem. Tem tanta capacidade quanto eles”, avalia a desembargadora Graça Alecrim, presidente do TRT da 11ª região. Ela ainda completa: “Não tem que ter essa distinção. Todos nós podemos. Homens e mulheres”.

Com 66 anos de vida, sendo três décadas dedicadas à magistratura, Graça Alecrim conta que sempre se dividiu entre a carreira pública e a vida familiar, mas que a cultura machista brasileira e a dupla jornada de trabalho são assuntos que merecem ser discutidos.

“A mulher tem dupla jornada, tem que dar conta do trabalho e da família. As tarefas precisam ser administradas entre homens e mulheres, não só ficar a cargo da mulher. Acho que a questão ainda é cultural”, comenta a desembargadora que é casada, mãe de dois filhos e avó de quatro netos. “No Justiça do trabalho comecei como juíza substituta, presidente da vara Coari, presidente da Vara de Manacapuru, e juíza na 10º Vara e na 17ª Vara, até ser nomeada desembargadora”, diz com orgulho de sua trajetória.

À frente do TJAM há dois anos, a desembargadora Graça Figueiredo lançou em 2012 o livro “Senhoras da Justiça - A Trajetória das Mulheres no Poder Judiciário”, destacando a atuação da mulher nesses espaços. Segundo a presidente do TJAM, “a presença feminina no Judiciário torna a administração da Justiça mais sensível, menos burocrática e mais preocupada com a ética e com a probidade”. Graça ressalta a competência da mulher no que se propõe a fazer: “A presença feminina dá um toque especial ao ambiente de trabalho, afinal, a mulher é cuidadora de tudo”.

Quem também se destaca é a desembargadora Socorro Guedes, presidente do Tribunal Regional Eleitoral desde 2014, quando coordenou o processo eleitoral. A magistrada que faz parte do pleno de desembargadores do TJAM desde 2005 entrando pelo chamado pelo quinto constitucional, fez carreira como no Ministério Público do Estado do Amazonas (MP-AM), onde ocupou o cargo de procuradora-geral de Justiça.

Desafios independem de gênero
Na opinião da desembargadora Marinildes Costeira de Mendonça Lima, segunda desembargadora a assumir no TJAM, em 10 de agosto de 1989 e primeira mulher a presidir a Corte de Justiça Estadual, em 2002/2004 e o Tribunal Regional Eleitoral (TRE), a magistratura é uma carreira difícil, independente do sexo, que exige vocação antes de tudo.

“O magistrado no esplendor de sua juventude renuncia até a convivência familiar em prol de suas atividades em comarcas longínquas e de difícil acesso, tendo às dificuldades inerentes das nossas comarcas, além da ausência de advogados para impulsionar os processos e defensores públicos e falta absoluta de estrutura dos fóruns”, avalia. Para a desembargadora, a magistratura é a atividade mais dignificante e importante que um o ser humano pode exercer.


Fonte: Jornal A Crítica

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