Missão envolveu a segurança de magistrados e servidores do poder judiciário em ações de cidadania e humanitários aos refugiados da enchente
É possível encontrar, em meio ao caos, a esperança e a solidariedade. Esse é a aprendizado dos agentes da Policia Judicial (APJs) e dos policiais militares a serviço do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) que retornaram da missão solidária ao Rio Grande do Sul, afetado pelas enchentes de maio. Quatro APJs e dois PMs do TRT-11 haviam embarcado rumo ao Rio Grande do Sul no dia 3 de junho, sem que nada os preparasse para o que iriam testemunhar.
O diretor da Coordenadoria de Polícia Judicial (Coopjud), Osvaldo Rodrigues lembra do impacto de voltar de avião ao Estado Gaúcho que visitara antes em outro contexto, onde conferiu a beleza urbana de Porto Alegre e do entorno. “Ainda no avião, olhando pela janela foi aquele choque. Onde eu já tinha visto beleza e organização como cidade, eu só via o telhado das casas e destruição”, lembra Osvaldo.
A equipe do TRT-11 atendeu ao chamado do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) que determinou uma força tarefa nacional para acompanhar a continuidade das ações dos tribunais e outros órgãos da Justiça (ministérios Públicos, Defensorias, etc) no Rio Grande do Sul. Os APJs Osvaldo Rodrigues, Allan Farias, Franklin Azevedo e Carlos Louzada e os policiais militares requisitados sargento Jerdeson Marques e cabo Gilson Alves, levaram equipamentos e donativos como cordas, lantertas, agasalhos, roupas, calçados, água e comidas, coletados pelos magistrados,servidores, terceirizados e estagiários do TRT-11.
Por dez dias eles cumpriram missões de segurança institucional de desembargadores, juízes, promotores e outros que estavam na linha de frente da assistência e da tentativa de recuperar um mínimo de direito e cidadania das famílias afetadas pela cheia. Eles também coletaram histórias pelo caminho. “Lembro de uma família que contou que teve que carregar o pai deficiente para o telhado e aguardaram por lá até conseguirem chegar a um abrigo”, conta Oswaldo.
Houve dificuldades no meio do caminho, mas recuar nunca foi uma opção especialmente quando a missão era justamente garantir a segurança de quem buscava recuperar a normalização dos serviços prestados pela Justiça. Foi o que testemunhou o cabo PM, Gilson Alves. “Houve um momento em que nos deparamos com o depósito de processos todo inundado. Aquele cenário de guerra, com os arquivos todos destruídos, aquilo foi uma imagem muito impactante”, diz.
Ele não tem dúvida de que ainda há muito a fazer, da mesma forma que acredita na capacidade do povo gaúcho de se reeguer diante da tragédia. “Eles precisam demais do nosso apoio, da nossa presença, de mão de obra humana pra reconstruir”, avalia o cabo Gilson.
O diretor da Coopjud também reconhece a tenacidade do povo gaúcho. “Apesar da tragédia eu vi esperança neles, eu vi eles acreditarem no amanhã, eu vi gente sorrindo, mesmo diante da tragédia. É como aquele cavalo caramelo que virou símbolo da enchente, eles se mantêm firmes”, disse o APJ.
Reconhecimento
Ainda no mês de junho, os agentes de segurança foram agraciados com a Medalha de Reconhecimento da Presidência do TRT-11, honraria concedida também à secretária-geral da Presidência, Neila Hagge Belloni de Medeiros pelo empenho pessoal para que todas as condições favorecessem o trabalho dos agentes em campo. “Estou muito orgulhoso e muito honrado com a ação dos nossos agentes no Rio Grande do Sul”, declarou o presidente do Tribunal, desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva.
Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Emerson Medina
Fotos: Divulgação/TRT-11