O ramo especializado do Judiciário também ganhou novas competências constitucionais e tornou-se fundamental para a garantia de direitos.

617Neste 1º de maio de 2021, Dia Internacional do Trabalhador, a Justiça do Trabalho completa 80 anos de instalação no Brasil. De lá para cá, a “JT” tem acompanhado as mudanças constantes das relações de trabalho, se adequado às novas realidades e modernizado sua atuação, para atender a sociedade de forma mais célere. O ramo especializado do Judiciário também ganhou, ao longo de oito décadas, novas competências constitucionais e, ao lado de seu pioneirismo em iniciativas conciliatórias, tornou-se fundamental para a garantia de direitos.

“Desde a instalação, a Justiça do Trabalho tem atuado para garantir efetividade, justiça e pacificação nas relações de trabalho do país, com impactos sociais e econômicos”, destaca a presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministra Maria Cristina Peduzzi. “Prosseguimos ancorados e firmes em nossa missão, que é assegurar a observância dos direitos constitucionais e legais dos trabalhadores e respeitar a autonomia de empregados e empregadores para ajustar as condições de prestação dos serviços”.

A marca histórica traz, também, desafios. O principal deles é garantir prestação jurisdicional célere e efetiva, promovendo pacificação nas relações de trabalho e segurança jurídica para que o desenvolvimento econômico e social se concretize. Os pilares dessa prestação jurisdicional estão previstos na Constituição da República de 1988 e ganham releituras de acordo com as mudanças nos modos de produzir, trabalhar e viver, que estão associados às novas formas de produzir em cada período histórico.

“Atenta às metamorfoses no mundo do trabalho e da vida, a Justiça do Trabalho tem como missão aplicar a lei e considerar as inovações que se sucedem, paralelas às revoluções industriais que exigem respostas às novas formas de organização e disposição do trabalho”, observa a presidente do TST.

Em atenção a essas mudanças, a Justiça do Trabalho tem se atualizado tanto na forma de prestar a jurisdição, utilizando ferramentas tecnológicas, quanto nas respostas que oferece para sanar os conflitos que surgem nas relações de trabalho.

Durante a pandemia, por exemplo, o desafio imposto à Justiça do Trabalho foi o de continuar atendendo a sociedade, julgando conflitos de forma eficiente, mesmo no cenário da crise. Plenários virtuais e julgamentos telepresenciais, execução do trabalho pela forma remota, com permanente aperfeiçoamento e investimentos em tecnologia, foram implementados com sucesso para continuar atendendo a sociedade.

Um exemplo de como a Justiça do Trabalho tem se ajustado rapidamente ao imperativo do isolamento social e garantido a efetiva prestação jurisdicional são os dados de produtividade no período de pandemia. As conciliações e mediações realizadas pela Justiça do Trabalho no período também estão se mostrando ferramentas fundamentais à pacificação das relações sociais. Elas já garantiram a liberação e pagamento de créditos a trabalhadores, asseguraram o cumprimento de normas de prevenção e segurança, além de terem permitido a manutenção de serviços essenciais à população.

JT: a Justiça do futuro
O uso da tecnologia pelo Poder Judiciário é um caminho sem volta e a Justiça do Trabalho já conta com sistemas que utilizam softwares de ponta para garantir julgamentos e serviços cada vez mais céleres e eficientes, a maioria, desenvolvidos pela equipe do TST.

Um dos projetos destaques da gestão da Presidência da ministra Peduzzi tem foco no futuro: a Justiça do Trabalho passará a utilizar provas digitais para agilizar a tramitação e auxiliar na validação e aferição da verdade dos fatos dos processos.

Para implementar a iniciativa, o Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) e a Escola Nacional de Magistrados do Trabalho (Enamat) vem, desde 2020, capacitando magistrados e servidores para produção de provas por meios digitais.

Registros em sistemas de dados das empresas, ferramentas de geolocalização, dados publicados em redes sociais e até biometria são algumas das informações digitais armazenadas em bancos de dados diversos que podem comprovar, em processos trabalhistas, a efetiva realização de horas extras ou confirmar que um trabalhador mentiu sobre um afastamento médico, por exemplo.

Todas as iniciativas tecnológicas desenvolvidas pela Justiça do Trabalho serão divulgadas em breve, no site do CSJT, de forma a contribuir para a consolidação do “Programa Justiça 4.0 – Inovação e efetividade na realização da Justiça para todos”, instituído pelo CNJ.
As ferramentas desenvolvidas pela Justiça do Trabalho se mostraram eficazes no aprimoramento e na modernização da prestação jurisdicional, na autonomia e na organização dos procedimentos administrativos e financeiros internos.
“Temos investido em tecnologia para enfrentar não só o período de trabalho remoto durante a pandemia, mas para dar vencimento ao volume de processos que chegam aos Tribunais e que devem ter fluxo sem congestionamentos ou gargalos. Para isso, incorporamos tanto ferramentas tecnológicas oriundas da computação cognitiva, da inteligência artificial, da cibernética, quanto outros instrumentos digitais para aprimorar a gestão dos processos administrativos e judiciais”, destaca a ministra presidente do TST.

A Justiça do Trabalho também está aderindo ao “Juízo 100% Digital”, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O projeto possibilita ao cidadão ter acesso à justiça sem comparecer fisicamente às Varas do Trabalho, já que todos os atos processuais são praticados exclusivamente por meio eletrônico e remoto.

No âmbito da Justiça do Trabalho, também foi regulamentado, em fevereiro deste ano, o Balcão Virtual, plataforma de atendimento ao público externo por videoconferência, criada pelo CNJ, para a comunicação com as secretarias das unidades judiciárias. E, mais uma vez inovando, o TRT da 13º Região (PB) foi pioneiro ao implementar o Balcão Virtual com atendimento para pessoas com deficiência auditiva.

Todo esse esforço e empenho pela eficiência obteve reconhecimento. Em 2020, o TST foi o único Tribunal Superior agraciado na categoria Diamante do Prêmio CNJ de Qualidade, considerando quatro eixos temáticos avaliados: produtividade, governança, transparência de dados e tecnologia.

O Judiciário Trabalhista também foi destaque em pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) por dez projetos de inteligência artificial, em diferentes fases de implementação, que buscam facilitar a gestão de processos nos gabinetes, realizar triagem virtual e, ainda, fazer análise preditiva em conciliações e acórdãos.

Outro destaque é o Projeto Garimpo, desenvolvido pelo Tribunal Regional do Trabalho da 21ª Região (RN). Ele é capaz de localizar depósitos recursais, honorários periciais e alvarás não sacados por empresas, advogados ou peritos em processos antigos, muitos deles já arquivados. Incorporada pela Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho no âmbito nacional, a iniciativa identificou, apenas em 2019, mais de R$ 2 bilhões “esquecidos” em contas judiciais. Em 2020, ainda houve a identificação de mais de R$ 1 bilhão. Desde a criação do código DARF específico à Recomendação CGJT 9/2020, em meados de novembro de 2020, foram revertidos mais de R$ 12 milhões à União, em estímulo ao combate da Covid-19.

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Conheça mais essas e outras iniciativas do projeto Justiça 4.0.

Participação feminina

Criado em 1946, o Tribunal Superior do Trabalho teve sua primeira presidente mulher apenas na gestão atual. Eleita para o biênio 2020-2022, a ministra Maria Cristina Peduzzi destacou a importância da representação feminina no cargo e a igualdade de direitos como preceito constitucional. “A inserção da mulher no Poder Judiciário depende não só de incentivos para a educação de meninas e mulheres, mas também de políticas públicas que permitam a informação e a concessão de condições materiais para que possam se dedicar à formação profissional robusta que a magistratura exige”, afirma.

Na época da posse, relatórios da Corregedoria-Geral da Justiça do Trabalho mostraram que, na Justiça do Trabalho, as mulheres têm conquistado espaço cada vez maior, tanto na magistratura quanto nos postos de gestão e nos cargos efetivos preenchidos por concurso público. Dados de 2020, do CSJT, indicam que 50,4% dos magistrados no primeiro grau (Varas do Trabalho) são mulheres. A proporção entre os servidores na primeira instância também é equilibrada: 49,9% dos cargos são exercidos por elas.

No segundo grau (TRTs), as desembargadoras correspondem a 41,3% dos cargos. Os homens também são mais numerosos nos cargos comissionados (52,1%). Mas, no TST e no CSJT, os números voltam a se equilibrar: as servidoras representam 50,4% dos cargos ocupados. De um universo de 2.159 servidores, 1.090 são mulheres. O Tribunal conta atualmente com cinco ministras e 20 ministros (há duas vagas em aberto). No CSJT, quatro conselheiras - duas ministras e duas desembargadoras - compõem o órgão, ao lado de sete conselheiros.

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Os últimos 10 anos
Na última década, a Justiça do Trabalho tem sido destaque por sua atuação célere no julgamento dos processos e no atendimento à sociedade. Em 2020, foi o ramo da Justiça com maior índice de virtualização dos processos, com 100% dos casos novos em formato eletrônico no TST e 98,9% nos Tribunais Regionais do Trabalho. Também teve o maior índice de conciliação (24%), segundo o Relatório Justiça em Números, do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).

De acordo com dados da Coordenadoria de Estatística e Pesquisa do Tribunal Superior do Trabalho (TST), de 2011 a 2020, a Justiça do Trabalho julgou mais de 41,4 milhões de ações e encerrou mais de 7,3 milhões de execuções que, somadas aos acordos e aos pagamentos espontâneos, possibilitaram o pagamento de mais de R$ 276,4 bilhões aos trabalhadores.

Esses resultados se refletem, também, nos cofres públicos, com a arrecadação de R$ 36 bilhões na última década. A maior parte foi para a Previdência Social (R$ 26,3 bilhões), seguida de Imposto de Renda (R$ 5,1 bilhões), custas e emolumentos (R$ 4,4 bilhões) e multas aplicadas (R$ 190,6 milhões).

Outro destaque é a capacidade de solução consensual dos conflitos: nos últimos 10 anos, foram homologadas mais de 8,5 milhões de conciliações.

Em 2014, foi criada a Semana Nacional da Conciliação Trabalhista, evento nacional que já contou com seis edições. Nas cinco primeiras, foram atendidas mais de 873 mil pessoas, com 358,9 mil audiências e 113 mil acordos homologados. O resultado foi a movimentação de mais de R$ 3,4 bilhões para o pagamento de trabalhadores, além da arrecadação de R$ 129,4 milhões em recolhimentos previdenciários e R$ 18,5 milhões em recolhimentos fiscais.

A última edição, em 2020, foi adaptada à pandemia e se estendeu por um mês, seguindo as condições sanitárias de cada região. Ao longo do ano, foram mais de 510 conciliações homologadas, que corresponderam a R$ 13,4 milhões de valores pagos às partes envolvidas.

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Por fim, também marcou a última década a Semana Nacional da Execução Trabalhista. Realizada desde 2011, a iniciativa já conta com dez edições de sucesso. Por meio do esforço conjunto de toda a Justiça do Trabalho, foram atendidas mais de 803 mil pessoas em 269 mil audiências. Ao todo, foram arrecadados R$ 8,2 bilhões, viabilizando o pagamento de verbas trabalhistas cujo direito havia sido reconhecido, mas ainda não havia sido pago.

Em 2020, todas as ações da 10ª Semana Nacional da Execução Trabalhista foram também virtuais. Realizado de 30/11 a 04/12, o evento movimentou mais de R$1,8 bilhão. O valor é recorde para apenas uma edição da campanha, que atendeu 48,9 mil pessoas.

Processo eletrônico
Impossível não destacar o papel do Processo Judicial Eletrônico (PJe) nos últimos 10 anos da Justiça do Trabalho. A implementação do sistema começou em março de 2010, com a celebração de termo de acordo de cooperação técnica entre o CNJ, o TST e o CSJT.

Nesse tempo, o sistema recebeu aperfeiçoamentos contínuos, com dezenas de melhorias e novas funcionalidades a cada atualização. Foram firmadas parcerias para comunicação de sistemas financeiros e acordos de cooperação técnica. Houve, ainda, um esforço conjunto de todos os TRTs para digitalização dos autos.

Em 2017, o PJe foi instalado em toda a Justiça do Trabalho, que passou a receber processos 100% eletrônicos. Mas ainda havia o trabalho de digitalizar os processos físicos já existentes. Por isso, em 2019, foi criado o “Selo 100% PJe”, que reconhece o esforço dos TRTs de migrar todo o acervo para o sistema.

Nesse quesito, a Justiça do Trabalho foi destaque no relatório Justiça em Números 2020 do CNJ, por ter alcançado o melhor índice de informatização (99%) do Judiciário. Foi a primeira a adotar integralmente o Processo Judicial Eletrônico (PJe) e, hoje, 100% dos processos iniciados no TST e no primeiro grau são digitais.

O sistema facilita o acesso à Justiça, porque se utiliza da internet e propicia economia de recursos com papel, impressões e transporte, além de acelerar a tramitação dos processos. A Justiça do Trabalho também se destaca por possuir ferramentas de Tecnologia da Informação que reforçam a gestão e o controle dos atos administrativos e que estão sendo adotadas como modelo na administração pública.

Atuação em casos marcantes
Em janeiro de 2019, ocorreu o maior acidente de trabalho já registrado no Brasil: o rompimento da barragem de rejeitos em Brumadinho (MG), pertencente à mineradora Vale. Na Justiça do Trabalho, o ano judiciário foi aberto com pesar e com a afirmação de um dever a ser cumprido. “Estamos aparelhados para dar uma resposta à altura da importância e da gravidade dos acontecimentos”, afirmou o ministro Brito Pereira, então presidente do TST e do CSJT.
Ao longo do ano, as vítimas do acidente foram homenageadas por campanhas de combate e prevenção de acidentes de trabalho. Mas, mais do que prestar homenagens, a Justiça do Trabalho julgou ações e incentivou conciliações. Foi o caso de um acordo histórico entre a Vale e o Ministério Público do Trabalho (MPT), em que a mineradora se comprometeu a indenizar cônjuges ou companheiros, filhos, mães e pais, individualmente, e a pagar indenização por danos morais coletivos.

Outro marco representativo no que diz respeito à proteção do meio ambiente do trabalho foi o caso Shell/Basf. Com início em 2007, por meio de ação civil pública proposta pelo MPT em Campinas (SP), centenas de ex-empregados e seus familiares tiveram garantidos indenizações e extenso tratamento médico decorrente dos efeitos da contaminação do solo e dos lençóis freáticos, que ocorria desde os anos 1970 na região em que a fábrica da multinacional estava instalada.

O caso chegou ao TST em 2013 e foi encerrado por meio de acordo. As empresas concordaram em pagar R$ 200 milhões a título de dano moral coletivo, destinados a entidades de pesquisa e medicina.

Uma parte do valor foi destinado à fabricação do Barco Hospital Papa Francisco, inaugurado em agosto de 2019. A embarcação atende 700 mil ribeirinhos do Rio Amazonas, espalhados por quase mil comunidades, nas especialidades de ginecologia, pediatria, urologia, oftalmologia, cardiologia, dermatologia, neurologia e odontologia.

Outro caso que ganhou manchetes em todo o país foi a queda de um avião com a equipe do clube de futebol Chapecoense, em 2016. Em 2019, o clube foi condenado, em segunda instância, a indenizar os pais do atacante Tiaguinho. Outras demandas relacionadas ao acidente foram resolvidas por meio de acordo.

Combate ao trabalho infantil
Para além da atuação jurisdicional, a Justiça do Trabalho conta com iniciativas institucionais de impacto social. Uma delas é o Programa de Combate ao Trabalho Infantil e de Estímulo à Aprendizagem, criado em 2012. Entre seus projetos mais conhecidos está a Semana Nacional da Aprendizagem, que busca esclarecer a empresas, trabalhadores e sociedade a importância de efetivar a aprendizagem de jovens a partir dos 14 anos, conforme disposto no artigo 7º, inciso XXXIII, da Constituição da República.

A campanha foi criada em 2016 em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o então Ministério do Trabalho (atual Secretaria Especial de Previdência e Trabalho) e reforça a importância da Lei da Aprendizagem, que proporciona ao jovem aprendiz inclusão social e contribui para a formação de futuros profissionais, tudo sob os regramentos legais e a garantia de que o jovem não deixará os estudos pelo trabalho. No período, são realizadas audiências públicas com a participação de integrantes da rede de proteção da criança e do adolescente, entidades sindicais, organizações governamentais e sociedade civil, além de seminários e oficinas.

Outra ação importante são as campanhas anuais para o Dia Mundial Contra o Trabalho Infantil, celebrado em 12 de junho. Em 2020, a Justiça do Trabalho promoveu a série de vídeos “12 motivos para a eliminação do trabalho infantil”, um webinário nacional e a veiculação de podcasts semanais informativos. Em 2019, foi destaque a hashtag #BrasilSemTrabalhoInfantil, um dos assuntos mais comentados do Twitter durante um dia inteiro, com o engajamento de artistas, influenciadores, veículos de comunicação, tribunais superiores e instituições públicas e privadas.

O programa também realiza, a cada dois anos, um seminário nacional sobre o tema, na sede do TST, em Brasília.

Promoção do trabalho seguro
Outra frente com foco social é o Programa Nacional de Prevenção de Acidentes de Trabalho (Trabalho Seguro), criado em março de 2012. Trata-se de uma parceria da Justiça do Trabalho com diversas instituições públicas e privadas que visa à formulação e à execução de projetos e ações nacionais voltados para a prevenção de acidentes de trabalho, o fortalecimento da Política Nacional de Segurança e Saúde no Trabalho e a promoção da saúde dos trabalhadores.

Suas ações periódicas de maior destaque são a participação anual na campanha de conscientização Abril Verde e a promoção, a cada dois anos, do Seminário Internacional do Programa Trabalho Seguro, que reúne especialistas de renome na área. Nos últimos biênios, foram discutidos temas como enfrentamento e superação da violência no trabalho, transtornos mentais relacionados ao trabalho e construção do trabalho seguro e decente em tempos de crise.

Desafios da atualidade
A Justiça do Trabalho também tem enfrentado desafios na atualidade, especialmente em decorrência da Covid-19. Desde o início da pandemia, foram tomadas diversas medidas para assegurar o funcionamento e a prestação jurisdicional durante a vigência de medidas preventivas. Plenários virtuais e julgamentos telepresenciais, trabalho remoto e aperfeiçoamento e investimentos em tecnologia foram implementados com sucesso.

Por meio de decisões judiciais, foram destinados mais de R$ 225 milhões para a compra de remédios, testes rápidos, máscaras, equipamentos hospitalares, UTIs móveis e outros recursos. Os valores são provenientes de condenações em ações civis públicas e da execução de Termos de Ajustamento de Condutas (TACs) firmados com o Ministério Público do Trabalho (MPT).

Outras medidas tomadas pelo CSJT estimularam a conciliação, recomendaram tramitação prioritária às ações que envolvam profissionais da saúde, viabilizaram a atermação e o atendimento virtuais e capacitaram magistrados para atos processuais telepresenciais e audiências por videoconferência.

Em relação à produtividade, foram mais de 352 mil processos julgados no TST e outras 4,1 milhões de sentenças no primeiro e no segundo grau. Somente no TST, houve aumento de 5,98% no número de processos julgados.

Novidades na legislação
A Justiça do Trabalho também tem cumprido os desafios de aplicar a legislação e se adaptar às novidades no mundo do trabalho. Na última década, os trabalhadores de aplicativos foram uma das novidades mais marcantes: com características que dividem doutrinadores sobre o enquadramento trabalhista adequado e com grande popularização, foram muitas as questões levantadas, principalmente em relação aos direitos envolvidos. No Tribunal Superior do Trabalho, há decisões de Turmas negando o vínculo.

Além disso, a Reforma Trabalhista também contribuiu com a diminuição no volume de novas ações, redução do estoque da Justiça do Trabalho e alterações relativas a aspectos processuais.

Celebração
Para celebrar os 80 anos da Justiça do Trabalho, foi lançada uma marca comemorativa para as comunicações oficiais do Judiciário Trabalhista durante 2021. Além disso, ainda está previsto um conjunto de ações para marcar a data, como o “Seminário Internacional 80 anos de Justiça do Trabalho”, uma exposição temática, o lançamento de publicações especiais, além da realização da segunda edição do Prêmio Justiça do Trabalho de Jornalismo.

“Desde sua instalação no Brasil, em 1941, até os dias atuais, a Justiça do Trabalho se tornou referência e o nosso compromisso para os próximos anos deve ser focado no desempenho das funções institucionais de prevenir e pacificar os conflitos sociais. Priorizar o exercício da atividade-fim pelo Poder Judiciário e trabalhar para que a prestação jurisdicional seja sempre célere e efetiva. Trata-se de missão que já vem sendo cumprida com maestria”, destaca a presidente do TST e do CSJT, ministra Maria Cristina Peduzzi.

Segundo a ministra, é preciso dar continuidade a essa performance, cumprindo metas e oferecendo aos magistrados e servidores instrumentos que facilitem o seu trabalho, com investimento permanente em tecnologia, aperfeiçoamento do processo judicial eletrônico e dos mecanismos de gestão processual.

História

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Quer saber mais detalhes sobre toda essa história? A Coordenadoria de Gestão Documental e Memória do TST elaborou uma linha do tempo sobre a história da Justiça do Trabalho, relacionando o período com acontecimentos históricos com ligação ao universo trabalhista no Brasil e no mundo.

 

Fonte: CSJT

 

 

A nova obra coletiva da Anamatra traz 29 artigos sobre a competência da Justiça do Trabalho.

616A Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra) promove, nos dias 3 e 4 de maio, das 16h às 18h30, o Webinário “80 anos da Justiça do Trabalho e 15 anos da Emenda Constitucional 45/2004”. O evento será transmitido, de forma simultânea, pelas redes sociais da Anamatra Youtube, Facebook e Instagram.

O evento marca o lançamento da mais nova obra coletiva da Anamatra, organizada pela Escola Nacional Associativa dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Enamatra). O livro “A Competência da Justiça do Trabalho 15 Anos após a Emenda Constitucional 45/2004: ampliação, limites e avanços necessários" reúne 29 artigos de estudiosos e estudiosas do tema e é coordenado pela presidente da Anamatra, Noemia Porto, pela diretora de Formação e Cultura da Anamatra e da Enamatra, Luciana Conforti, e por Ricardo Lourenço Filho, membro do Conselho Acadêmico da Enamatra.

Publicada pela Editora LTr, a obra coletiva tem o objetivo de analisar como a ampliação da competência da Justiça do Trabalho, pela Emenda Constitucional nº 45/ 2004, refletiu nas discussões jurídicas e judiciais acerca das relações de trabalho, especialmente na jurisprudência dos Tribunais Superiores. A ideia é propor, a partir dessa jurisprudência, a investigação sobre a ampliação da competência da Justiça do Trabalho, as eventuais limitações impostas, as possibilidades e os avanços necessários nesse tema.

A publicação conta com artigos cujos autores são juízes do TRT da 11ª Região. O artigo “A responsabilidade por dano processual trabalhista” tem como autores os juízes Edna Maria Fernandes Barbosa e Gustavo Jacques Moreira da Costa. E o artigo “A ampliação da competência da Justiça do Trabalho e a eliminação da escravidão contemporânea no Brasil” tem como um de seus autores o juiz Igo Zany Nunes Correa.

Webinário
Nos dois dias de programação, o Webinário trará exposições dos autores e autoras da publicação sobre diversos aspectos relacionados à temática da ampliação da competência da Justiça do Trabalho, como os pedidos para e autorização relativos à participação de crianças e adolescentes em representações artísticas, trabalhadores em plataformas digitais, trabalho escravo, teletrabalho, danos processuais, interdito proibitório, contribuições sindicais, demandas dos servidores públicos, entre outros.

Clique aqui e saiba mais sobre o evento.

 

Com informações da Anamatra.

 

 

614A Corregedora do TRT da 11ª Região, Desembargadora Márcia Nunes da Silva Bessa, realizou nos dias 15 e 16 de abril de 2021 a Correição Ordinária Anual na 12ª Vara do Trabalho de Manaus, e nos dias 22 e 23 de abril de 2021 a Correição Ordinária Anual na Vara de Itacoatiara, ambas na modalidade telepresencial.

Os trabalhos foram desenvolvidos com a participação na 12ª Vara do Trabalho do Juiz do Trabalho Titular, Audari Matos Lopes, e do Juiz do Trabalho Substituto, José Antonio Correa Fransciso, e na Vara de Itacoatiara, do Juiz do Trabalho Titular Sílvio Nazaré Ramos da Silva Neto e demais servidores e servidoras lotados nas Varas, em conformidade com o inciso II do artigo 34 do Regimento Interno do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região c/c Provimento nº 03/2020/SCR e Ato nº 13/2020/CGJT, o qual autoriza as Corregedorias Regionais dos Tribunais Regionais do Trabalho a realizarem correições ordinárias pelo meio telepresencial e fixa outras diretrizes.

As correições telepresenciais tomaram por base o período de março/2020 a março/2021, sendo os dados extraídos dos Sistemas Processo Judicial Eletrônico (PJe), Sistema Hórus (Módulo Corregedoria), SAO, e-Gestão, IGEST e ICORREG – Taxa de Congestionamento e Metas Judiciárias da Justiça do Trabalho.

Obedecendo ao critério de aleatoriedade, a análise da tramitação dos processos no PJE foi realizada por amostragem sendo estabelecidas pela Corregedoria as recomendações e determinações cabíveis para a regularidade dos movimentos processuais como forma de efetivar a celeridade processual e a satisfação no atendimento ao jurisdicionado.

Por fim, a Corregedora Regional agradeceu aos Excelentíssimos Juízes do Trabalho, Titular e Substituto, que respondem pela 12ª Vara do Trabalho de Manaus e pela Vara de Itacoatiara, e aos servidores e servidoras pela atenção e cortesia com que distinguiram toda a equipe da Corregedoria Regional.

As atas de correição foram disponibilizadas no DEJT, estando também disponíveis nos processos das referidas correições no PJeCor e no portal da Corregedoria, no site deste Tribunal.

ASCOM/TRT11
Texto: Corregedoria
Arte: Renard Batista
Esta matéria tem caráter informativo, sem cunho oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.

615O Comitê Regional do Programa Trabalho Seguro do TRT da 11ª Região lança o e-book "O Trabalho Seguro em tempos de coronavírus: Projetos e Doutrina". A publicação tem como organizadores a desembargadora Márcia Nunes da Silva Bessa, gestora nacional do Programa Trabalho Seguro representando a Região Norte, e o juiz do trabalho Sandro Nahmias Melo.

A obra reflete características e diretrizes do Programa Trabalho Seguro, criado por iniciativa do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT).

Com o propósito de estimular a construção de uma cultura de prevenção de acidentes de trabalho, o e-book possui artigos científicos de juristas aclamados, originários de várias regiões do país, além de apresentar relato da aplicação prática das diretrizes do PTS, especificamente às ações já realizadas e voltadas à prevenção dos acidentes de trabalho no âmbito do TRT da 11ª Região, durante os anos de 2019-2020.

Baixe AQUI o E-book.

 

 

614A Corregedoria Regional do TRT da 11ª Região dará prosseguimento aos trabalhos correicionais de 2021 no mês de maio.

Em sequência, a próxima unidade a ser correicionada será a 16ª Vara do Trabalho de Manaus, seguindo, em ordem, a 19ª, a 3ª e a 9ª Varas do Trabalho de Manaus. Os editais de correição já foram disponibilizados no DEJT, caderno administrativo, no dia 12 de abril de 2021, e podem ser acessados na Biblioteca Digital do TRT 11 pelo link abaixo, ou através do portal da Corregedoria na página deste Tribunal.

Como já noticiado, a tramitação dos processos de correição ocorrerá pelo Sistema PJeCor, com extração de subsídios do módulo "Ata de Correição" do Sistema Hórus, por meio do qual o desempenho das unidades judiciárias será avaliado.

Outra novidade nas correições deste biênio é a análise do Clima Organizacional das unidades correicionadas, em parceria com a Seção de Saúde do TRT 11, com relatório e sugestões de melhoria elaborados pela psicóloga deste Regional.

Durante o período da correição, a corregedora regional, desembargadora Márcia Nunes da Silva Bessa, estará à disposição dos jurisdicionados, advogados e servidores para audiência telepresencial, mediante prévio agendamento, conforme os editais publicados. O agendamento deverá ocorrer com antecedência de 48 horas do início da correição, cabendo ao interessado informar e-mail e um número de telefone com Whatsapp para o encaminhamento do convite para acesso à sala virtual.

Ressalta-se que, em razão da pandemia do Covid-19 e das medidas de proteção indispensáveis, todas as correições do mês de maio também serão realizadas na modalidade telepresencial.

A Corregedoria destaca, ainda, que todas as atas das correições realizadas estão sendo devidamente publicadas no DEJT e divulgadas na Biblioteca Digital do TRT 11 (link abaixo), acessíveis no portal da Corregedoria.

16ª Vara do Trabalho de Manaus

A correição ordinária na 16ª VTM será realizada nos dias 06 e 07 de maio de 2021, estando a corregedora à disposição dos interessados no dia 06/05/2021, das 13h às 14h, mediante prévio agendamento para videoconferência através do endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., com o assunto “AUDIÊNCIA – CORREIÇÃO – 16ª VTM”.

A correição tramita no processo CorOrd 0000011-43.2021.2.00.0511, no PJeCor.

19ª Vara do Trabalho de Manaus

A correição ordinária na 19ª VTM será realizada nos dias 13 e 14 de maio de 2021, estando a corregedora à disposição dos interessados no dia 13/05/2021, das 13h às 14h, mediante prévio agendamento para videoconferência através do endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., com o assunto “AUDIÊNCIA – CORREIÇÃO – 19ª VTM”.

A correição tramita no processo CorOrd 0000012-28.2021.2.00.0511, no PJeCor.

3ª Vara do Trabalho de Manaus

A correição ordinária na 3ª VTM será realizada nos dias 20 e 21 de maio de 2021, estando a corregedora à disposição dos interessados no dia 20/05/2021, das 13h às 14h, mediante prévio agendamento para videoconferência através do endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., com o assunto “AUDIÊNCIA – CORREIÇÃO – 3ª VTM”.

A correição tramita no processo CorOrd 0000014-95.2021.2.00.0511, no PJeCor.

9ª Vara do Trabalho de Manaus

A correição ordinária na 9ª VTM será realizada nos dias 27 e 28 de maio de 2021, estando a corregedora à disposição dos interessados no dia 27/05/2021, das 13h às 14h, mediante prévio agendamento para videoconferência através do endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo., com o assunto “AUDIÊNCIA – CORREIÇÃO – 9ª VTM”.

A correição tramita no processo CorOrd 0000007-06.2021.2.00.0511, no PJeCor.

Sistema PJeCor

O PJeCor é um sistema informatizado único para todas as corregedorias, gerenciado pelo Conselho Nacional de Justiça, que tem por objetivo unificar e padronizar a tramitação dos procedimentos administrativos, garantindo maior eficiência, transparência e economia na atuação dos órgãos correicionais.

O seu uso foi regulamentado através da Resolução CNJ nº 320, de 18 de maio de 2020, e do Provimento nº 102, de 08 de junho 2020, do CNJ, constituindo-se objeto da Meta 1 a ser cumprida pelas Corregedorias de todos os segmentos da justiça no ano 2020 e, passando a ser Diretriz Estratégica 2 para o ano de 2021.

A utilização do PJeCor passou a ser obrigatória, no âmbito da Corregedoria Regional, para as Reclamações Correicionais a partir de 01/12/2021, e para todos as demais classes processuais a partir de 15/04/2021, consoante Provimento nº 01/2021/SCR.

O acesso ao sistema e a seus manuais pode ser realizado pelo endereço https://portal.trt11.jus.br/index.php/pjecor ou diretamente pelo endereço https://corregedoria.pje.jus.br/.


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ASCOM/TRT11
Texto: Corregedoria
Arte: Renard Batista
Esta matéria tem caráter informativo, sem cunho oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.

O Ato CSJT.GP.SG 40/2021 dispensa a prova de vida para atualização cadastral

613A presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT), ministra Maria Cristina Peduzzi, editou, no último dia 6 de abril, o Ato CSJT.GP.SG 40/2021, que dispensa a prova de vida para atualização cadastral de aposentados e pensionistas na Justiça do Trabalho de primeiro e segundo graus, em função da pandemia de covid-19.
A suspensão ocorre em caráter excepcional e por tempo indeterminado. Após o restabelecimento do atendimento presencial nos Tribunais Regionais do Trabalho, conforme os respectivos planos de retomada das atividades presenciais dispostos em regulamento interno, o período de suspensão da prova de vida expira 60 dias após o retorno presencial.

Pandemia
Segundo o documento, a forma típica e segura para a realização de prova de vida exige interação em ambiente presencial, o que deve ser evitado, em especial, no atual momento da pandemia.
O normativo leva em conta também o estado de calamidade pública que perdura em diversos entes da federação, cujo atendimento de contaminados pelo sistema público e privado de saúde está limitado.

Ciência aos TRTs
Por meio do Ofício Circular n. 25/2021/CSJT/SG, a Secretaria-Geral do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) encaminhou o Ato para ciência de todos os Tribunais Regionais do Trabalho.
No âmbito do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região - Amazonas e Roraima (TRT11), a vice-presidente no exercício da Presidência, desembargadora Solange Maria Santiago Morais proferiu despacho no DP 3777/2021 determinando o encaminhamento da matéria à Secretaria de Gestão de Pessoas para conhecimento e providências.


Acesse o Ato CSJT.GP.SG 40/2021.

 

 

Texto: CSJT com edições da Ascom/TRT11
Arte: Renard Batista

nota de pesarO Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (Amazonas e Roraima) recebe com profundo pesar e grande sentimento de perda a notícia da morte do Ministro do Tribunal Superior do Trabalho Walmir Oliveira da Costa.

Paraense e amazônida, o falecido compunha a Academia Brasileira do Direito do Trabalho, sendo um de seus membros mais brilhantes. Homem de tirocínio vivaz e grande inteligência, por largos anos honrou seu magistério na judicatura trabalhista.

Magistrado de carreira começou sua vida de Juiz no TRT da 8ª Região (Pará e Amapá), vencendo com dignidade todas as etapas, até ser escolhido para a Colenda Corte Trabalhista em Brasília.

Ao falecer, com 63 anos, deixa lacuna difícil de ser preenchida na Justiça do Trabalho e um vazio para a Região Norte do País, uma vez que era o único Ministro deste setentrião com assento no TST.

A Corte de Justiça da 11ª Região trabalhista apresenta publicamente suas condolências aos familiares do de cujus, assim ao Tribunal Trabalhista da Oitava Região, de onde se projetou nacionalmente.

 

612Ministro Walmir Oliveira da Costa faleceu nesta quarta-feira (28/04), por complicações decorrentes da covid-19.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

No Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, saiba como identificar, prevenir e investir na promoção da saúde mental no ambiente de trabalho

611Passamos por momentos difíceis em 2020. Em um ano marcado pela pandemia e pela necessidade de isolamento social, muitos trabalhadores tiveram grandes mudanças na rotina. O trabalho, realizado na companhia de colegas e com a presença e a orientação de chefes, passou, em muitos casos, a ser desempenhado em casa. Quem continuou a trabalhar presencialmente teve de conviver com a ansiedade e o medo do novo vírus. Para muitos, ainda veio a perda do emprego e da renda.

Como consequência, a sensação de solidão e isolamento cresceu e, em muitos casos, se acumulou com frustrações e tristezas já existentes ou novas, como a perda de um ente querido. Neste 28 de abril, Dia Mundial da Segurança e Saúde no Trabalho, saiba como identificar, prevenir e investir na promoção da saúde mental no ambiente de trabalho.

Foi com base no contexto da pandemia que o Programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho elegeu, para o biênio 2020-2022, o tema "Construção do trabalho seguro e decente em tempos de crise: prevenção de acidentes e de doenças ocupacionais”.

Em 2021, uma campanha foi criada para marcar o “Abril Verde”, mês de conscientização da saúde e da segurança no trabalho. Com foco na saúde mental e na união de forças, a campanha conta com o slogan “Em conjunto: a construção do trabalho seguro depende de todos nós". A campanha foi marcada por vídeos e posts nas redes sociais que visam conscientizar e mobilizar empresas, instituições públicas e privadas, empregadores e trabalhadores a atuarem de forma conjunta neste período de crise.

Impacto

Parte do impacto da turbulência mental gerada pela pandemia é mensurável. Em 2020, a concessão de auxílio-doença e aposentadoria por invalidez decorrente de transtornos mentais e comportamentais bateu recordes. Segundo dados da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho, foram mais de 576 mil afastamentos, uma alta de 26% em relação a 2019. As dificuldades são várias: inadaptação ao home office, acúmulo de tarefas profissionais e domésticas, endividamento, incertezas sobre o futuro, ansiedade, depressão e síndrome do pânico, entre outras.

No caso do auxílio-doença, os afastamentos por motivos como depressão e ansiedade registraram a maior alta entre as principais doenças indicadas como razão para o pedido do benefício. O número de concessões passou de 213,2 mil, em 2019, para 285,2 mil, em 2020, com aumento de 33,7%. A duração média, nos casos de doença mental, é de 196 dias.

Os dados demonstram que os problemas mentais decorrentes da pandemia são um assunto que deverá ser enfrentado em conjunto por empresas e trabalhadores.

Doença incapacitante

O trabalho é um elemento chave para o bem-estar e a saúde mental, pois está no núcleo da vida contemporânea, ao possibilitar segurança financeira, identidade pessoal e social e oportunidade de contribuir para a comunidade. Por outro lado, o ambiente que tem se desenhado nas últimas décadas envolve novas tecnologias, intensa competitividade, concorrência global e cobrança de metas cada vez mais ambiciosas.

De acordo com a publicação “Out of the shadows: making mental health a global development priority (OMS)” (“Fora das sombras: a saúde mental como prioridade global para o desenvolvimento”), estima-se que ao menos 10% da população mundial é afetada e que 20% de crianças e adolescentes sofrem de algum tipo de transtorno mental. Em 2010, o custo global desses transtornos foi estimado em US$ 2,5 trilhões e, até 2030, pode chegar a US$ 6 trilhões.

No Brasil, de acordo com o levantamento mais recente sobre o tema publicado pela Secretaria da Previdência, os episódios depressivos são a principal causa de pagamento de auxílio-doença não relacionado a acidentes de trabalho (30,67%), seguidos de outros transtornos ansiosos (17,9%). De acordo com o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan) do Ministério da Saúde, na série histórica de 2007 a 2018, foram notificados 10.237 casos de transtornos mentais relacionados ao trabalho.

A pesquisa “Mental Health among Adults during the COVID-19 Pandemic Lockdown: A Cross-Sectional Multi-Country Comparison”  (Saúde mental entre adultos durante o lockdown da pandemia da Covid-19: uma comparação transversal entre países), realizada com instituições de diferentes partes do mundo, incluindo a Universidade de São Paulo (USP), identificou que, entre os 11 países analisados (Brasil, Bulgária, China, Índia, Irlanda, Macedônia do NOrte, Malásia, Singapura, Espanha, Turquia e Estados Unidos), os participantes que moravam no Brasil tiveram a maior taxa de ansiedade e depressão entre os analisados.

As causas do surgimento ou da intensificação de problemas relacionados à saúde mental no ambiente de trabalho são muitas. O Comitê Gestor do Programa Trabalho Seguro da Justiça do Trabalho elenca, entre as principais, a exposição ao assédio moral e sexual, jornadas exaustivas, atividades estressantes, eventos traumáticos, discriminação, perseguição da chefia e metas abusivas. No período da pandemia, eles são acrescidos das mudanças decorrentes do teletrabalho, da sobrecarga de trabalho no setor de saúde e nos riscos diários a que se expõem homens e mulheres que precisam trabalhar presencialmente.

Investir em saúde mental

A OMS estima que transtornos mentais como ansiedade e depressão afetam 264 milhões de pessoas no mundo e têm um impacto econômico significativo, com um custo estimado à economia global de US$1 trilhão por ano em perda de produtividade. Estima-se, ainda, que, para cada US$ 1 investido em tratamento para os transtornos mais comuns, há um retorno de US$ 4 em melhora de saúde e de produtividade.

Além disso, empresas que mantêm políticas de promoção de um ambiente de trabalho saudável são mais propensas a reduzir os índices de absenteísmo, aumentar a produtividade e colher benefícios econômicos. Logo, o cuidado com a saúde mental do trabalhador não tem apenas impacto social, mas influencia outros objetivos da empresa, inclusive financeiros.

Para que se possam obter bons resultados em relação à saúde mental no ambiente de trabalho, é importante que haja uma ação em conjunto, que conte com iniciativas das empresas, do Estado e, é claro, dos próprios trabalhadores.

Iniciativas

Segundo a OMS, o ambiente de trabalho saudável é aquele em que empregados e gestores contribuem ativamente para a promoção e a proteção da saúde, da segurança e do bem-estar de todos. As intervenções e as boas práticas com essa finalidade, em relação à saúde mental, incluem o oferecimento de suporte aos empregados, o envolvimento deles no processo de tomada de decisão (o que desenvolve um senso de controle e participação), práticas organizacionais que promovam um equilíbrio saudável entre trabalho e vida pessoal e programas que reconheçam e recompensem a contribuição dos empregados.

No mesmo sentido, a cartilha “Saúde mental e trabalho no Poder Judiciário”, do Conselho Nacional de Justiça, orienta que as ações de atenção à saúde do trabalhador envolvem a prevenção de riscos, a avaliação ambiental e a melhoria das condições e da organização do processo de trabalho. Segundo o documento, a qualidade de vida no trabalho diz respeito não apenas às condições adequadas e às boas relações socioprofissionais. Ela compreende, também, o reconhecimento do trabalho realizado e as possibilidades de crescimento profissional. As ações devem buscar, portanto, o equilíbrio das necessidades biológicas, psicológicas, sociais e organizacionais.

TST
Um exemplo prático de medidas para a promoção e o cuidado com a saúde mental são as ações que vêm sendo desenvolvidas pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) durante a pandemia. Em razão das mudanças decorrentes do isolamento social iniciado em 2020, a equipe de saúde do órgão mobilizou sua equipe de saúde mental (psicóloga, assistente social e psiquiatra, com e-mail específico para contato, e criou uma central de atendimento aos servidores que necessitam de auxílio psicológico. Também foram lançadas cartilhas informativas sobre o assunto e, para complementar, palestras com enfoque psicoeducacional, rodas de conversa e atividades práticas para estimular o bem estar físico e mental, com orientação para exercício físico, ginástica residencial e laboral, aulas de alongamento, yoga e meditação. Uma playlist com essas iniciativas está disponível no canal do TST no YouTube.

A pesquisa sobre “Suas Emoções em Tempos de Covid-19” possibilitou o diagnósticos de situações frequentes enfrentadas pelos servidores e, a partir dos resultados, foram montadas ações específicas para sanar os problemas levantados. Um deles foram as alterações no sono, para o qual foi desenvolvida uma cartilha virtual com orientações de hábitos saudáveis para uma noite de sono tranquila.

“Se as condições de saúde no trabalho são afetadas, há impactos no desempenho, a curto, médio e longo prazo”, explica a psicóloga do Tribunal Superior do Trabalho Fabíola Izaias. “O aumento do sofrimento psíquico no trabalho também tem impacto na significação e no sentido que o trabalhador dá à função que desempenha, e pode implicar o aumento da incidência de quadros de stress e de síndrome de burnout”.

Live sobre assédio moral, pandemia e saúde do trabalhador

O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região - Amazonas e Roraima (TRT11), por meio do Programa Trabalho Seguro, realizará amanhã, dia 29 de abril, live com o tema "Assédio Moral, Pandemia e as Consequências na Saúde do Trabalhador em Home Office". O evento acontecerá totalmente em formato virtual pelo YouTube do TRT11, às 16h30, no horário Manaus/AM, e terá como palestrante a juíza Mirella Cahú Arcoverde de Souza, do TRT 13 (PB).

A live será aberta ao público em geral, as inscrições são gratuitas e podem ser feitas pelo Sympla, no dia e horário do evento. Todos os inscritos recebem o certificado de forma automática pelo Sympla.

Live de tema "Assédio moral, pandemia e as consequências na saúde do trabalhador em home office".
Data: 29 de abril de 2021
Horário: 16h30(horário de Manaus) / 17h30 (horário Brasília)
Local: YouTube do TRT11
Endereço:

 

Fonte: TST

 

610

A Comissão Ajufe Mulheres, grupo da Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe) composto por magistradas e magistrados federais, realiza nos dias 3 e 6 de maio, das 17 às 19h no horário de Brasília (16 às 18h no horário de Manaus), um curso com dois encontros para debater "Assédio sexual: teoria e práticas de prevenção". As inscrições estão abertas pelo link: https://bit.ly/3uJuo4w.

No primeiro dia o debate será com a cientista política Manoela Miklos. Já no segundo dia, o evento contará com a participação da advogada e fundadora da Bastet Compliance de Gênero, Mayra Cotta.

O objetivo do curso é debater o tema em alusão à Resolução do CNJ nº 351/2020, que criou uma política de "Prevenção e Enfrentamento do Assédio Moral e do Assédio Sexual", a ser implementada por meio de comissões em todos os Tribunais e Seções Judiciárias no país.

O curso está aberto para integrantes do Poder Judiciário e seus órgãos administrativos, servidoras/es e convidadas/os.

 

Serviço
Webinar Assédio sexual: teoria e práticas de prevenção
Data: 3 e 6 de maio
Hora: 17h às 19h
Inscrições: https://bit.ly/3uJuo4w
Transmissão: Plataforma Zoom (link enviado mediante inscrição)

Texto: Ajufe

A mudança para o Zoom ocorre nos termos do Ato Conjunto n. 54/TST.CSJT.GP, que definiu a adoção da ferramenta pelos 24 TRTs

609A partir do próximo dia 1º de maio, o Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região - Amazonas e Roraima (TRT11) passará a utilizar a plataforma Zoom como ferramenta oficial de videoconferência das audiências e sessões de julgamento.
A nova plataforma oficial substituirá o Google Meet, que foi utilizado no âmbito do TRT11 desde abril de 2020, conforme estabelecido pelo Ato Conjunto n. 5/2020/SGP/SCR, para realização de audiências e sessões telepresenciais durante a pandemia da covid-19.
Em 29 de dezembro de 2020, foi definida a padronização nacional nos termos do Ato Conjunto n. 54/2020/TST.CSJT.GP, do Tribunal Superior do Trabalho (TST) e do Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT).
O normativo instituiu o Zoom como plataforma oficial de videoconferência para realização de audiências e sessões de julgamento nos órgãos da Justiça do Trabalho. Prevê, ainda, a adoção da ferramenta pelos 24 Tribunais Regionais do Trabalho, que têm prazo até a próxima sexta-feira (30/4) para implementar a mudança.

Novidades
De acordo com a juíza titular da Vara do Trabalho de Tabatinga (AM) e coordenadora do Núcleo de Apoio ao PJe e e-Gestão (Nape), Gisele Araújo Loureiro de Lima, uma das novidades que facilitarão o trabalho na nova plataforma será a utilização de link único para as audiências por vara, nos termos da Recomendação da Corregedoria do TRT 11 n.º 10/2021, com divulgação no portal do TRT11, fato que dará ampla publicidade do link de acesso às partes e aos advogados.
Outro ponto destacado é que a plataforma Zoom disponibiliza aplicativo próprio para download para computador e para celular que podem facilitar o uso da ferramenta. Contudo, caso o usuário não consiga, não é necessário o download de nenhum programa, pois a participação pode ser feita utilizando o navegador do aparelho.
Por fim, ela explica que a participação através de telefone celular pode limitar a visualização da ata de audiência e/ou dos documentos exibidos durante a audiência, razão pela qual é recomendada a participação de partes e advogados(as) através de computador.

Cursos práticos
Para ambientar magistrados e servidores com a nova plataforma oficial, a Escola Judicial do TRT11 (Ejud11) está promovendo, ao longo desta semana, três cursos práticos:
- Zoom na Prática para Audiência (duas turmas: uma no dia 27 e outra no dia 28 de abril)
- Zoom na Prática para Sessões (turma única no dia 29 de abril)
- Zoom para Audiência Simulada (turma única no dia 30 de abril)

Manuais e vídeos
A juíza coordenadora do Nape informa que está disponível no portal do TRT11 o material informativo sobre a utilização do Zoom.
Com o intuito de facilitar a utilização da ferramenta, tanto para usuários internos (servidores e magistrados), quanto para usuários externos (advogados e procuradores, por exemplo), a Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicações (Setic) elaborou manuais em arquivo PDF e vídeos detalhados,
Todo o material informativo sobre a utilização da ferramenta Zoom está disponível no menu lateral de acesso rápido no portal do TRT11 (www.trt11.jus.br), ícone Sessões Telepresenciais. Para acessar todo o conteúdo, clique AQUI.
Em caso de dúvidas ou esclarecimentos adicionais, o usuário pode entrar em contato com o Nape pelo e-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou telefones (92) 3621-7335 e 7415.

 

 

ASCOM/TRT11
Texto: Paula Monteiro
Arte: Renard Batista
Esta matéria tem caráter informativo, sem cunho oficial.
Permitida a reprodução mediante citação da fonte.

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