De iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o evento foi sediado pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ).

181Magistrados, gestores, analistas e operadores de inteligência participaram, na última quinta (20/3) e sexta (21/3), do Seminário de Apresentação e Discussão da Nova Política Nacional de Segurança Institucional do Poder Judiciário. O desembargador Audaliphal Hildebrando da Silva representou a presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) no evento do CNJ. O coordenador de Polícia Judicial dp TRT-11, Osvaldo Henrique Rodrigues da Silva, também participou do seminário no Rio de Janeiro.

“O seminário permitiu a continuidade de uma ampla discussão com os tribunais sobre a proposta de reformulação da política nacional”, destacou o conselheiro do CNJ João Paulo Schoucair, presidente do Comitê Gestor de Segurança Institucional do Poder Judiciário. “Em breve, o Plenário do CNJ apreciará esse importante tema e certamente trará avanços normativos significativos nessa que é uma matéria fundamental à segurança da magistratura e da própria prestação jurisdicional”, adiantou.

Ao parabenizar a Polícia Judicial e agradecer ao TJRJ pela oportunidade de debater o assunto e abrir caminho para futuros encontros, o conselheiro afirmou ainda que o momento é de união de esforços: “Seguimos juntos lutando por uma Justiça mais justa que proteja efetivamente os nossos magistrados”. A conselheira do CNJ Daniela Madeira também ressaltou a importância do diálogo.

“Tive a honra de também trabalhar no Conselho da Justiça Federal (CJF) e durante dois anos atuei na defesa dos magistrados que atuam no sistema penitenciário federal. Vi de perto a importância da implementação da segurança institucional e fico feliz com os avanços das resoluções dentro do CNJ”, destacou a magistrada.

Operações especiais e inteligência

Na quinta-feira, a abertura do seminário foi realizada pelo subsecretário de Inteligência da Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro, coronel Uirá do Nascimento Ferreira, que ministrou a palestra Panorama do crime Organizado do Rio de Janeiro com reflexos no Brasil. Ex-comandante do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope), ele apresentou um panorama do crime organizado no estado e discorreu sobre as áreas de atuação das diversas facções criminosas no Rio de Janeiro e sua expansão em todo o país.

Em seguida, o juiz auxiliar da presidência do CNJ Daniel Avelar abriu o primeiro painel temático do seminário que tratou do tema Ameaças ao Poder Judiciário no Brasil. O magistrado falou sobre os diversos tipos de ameaças enfrentadas, como as físicas, digitais e cibernéticas, institucionais e psicossociais.

O presidente da Comissão de Segurança e Prerrogativas do Tribunal de Justiça de São Paulo, desembargador Edison Brandão, abordou o tema Papel da Polícia Judicial na Segurança do Poder Judiciário. Ele apresentou breve histórico da criação da polícia judicial, os desafios enfrentados e as transformações ocorridas desde sua implantação.

O chefe de capacitação e ensino da Academia Nacional de Polícia Judicial, Fábio Paraguassu, também participou do painel, e falou sobre Inteligência na Proteção de Magistrados. Ele frisou a importância de aprimorar a forma de integração dos sistemas de inteligência.

Segurança de magistrados

O segundo painel temático do dia foi aberto pelo desembargador Gabriel Zéfiro, do TJRJ, com o tema Segurança dos Magistrados e Proteção de Testemunhas e Vítimas. Em sua explanação, o magistrado abordou as medidas de segurança implementadas pelo TJRJ em relação aos magistrados e magistradas, além de familiares ameaçados.

No encerramento do primeiro dia de seminário, Roberta Ferme, juíza auxiliar da Corregedoria Nacional de Justiça, apresentou dados sobre Experiências Internacionais em Segurança do Poder Judiciário. Ela destacou as diferenças que observou ao analisar os modelos adotados nos Estados Unidos, México, Canadá e países da Europa, comparando-os ao modelo brasileiro.

Participaram ainda do evento o conselheiro Guilherme Feliciano; o ex-conselheiro e desembargador Mauro Martins; a presidente da Associação dos Magistrados do Estado do Rio de Janeiro (Amaerj), Eunice Haddad; e o diretor do Departamento Nacional de Polícia Judicial, Igor Mariano.

Apresentação de proposta

O secretário de segurança do Supremo Tribunal Federal (STF), Marcelo Canizares Schettini, abriu o segundo dia de debates. Ele apresentou a proposta de reformulação dos princípios e das diretrizes em discussão, que abrange a segurança institucional pessoal dos magistrados e magistradas e respectivos familiares em situação de risco, de servidores e servidoras, além de usuários e usuárias dos demais ativos do Poder Judiciário. Para ele, é inimaginável dispensar equipes de segurança ou escolta para um ministro do STF, por exemplo – além da adoção de outras medidas necessárias.

Também coube ao secretário de segurança do Supremo Tribunal Federal (STF), Marcelo Canizares Schettini, proferir palestra ao lado do conselheiro João Paulo Schoucair. “Eu não consigo imaginar, hoje, que um prédio da Justiça não tenha uma equipe robusta de segurança ou de escolta, com controle de acesso e meios tecnológicos, os mais avançados possíveis. O STF, por exemplo, está providenciando um sistema que, à distância, realiza um reconhecimento facial, com a inteligência artificial, e faz o cruzamento de dados. Tudo isso ainda no entorno do tribunal”, relatou.

Ao encerrar o seminário, o promotor de Justiça do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) Bruno Gangoni apresentou a palestra Milícias – 25 anos – Rio de Janeiro para o Brasil. Com vasta experiência na investigação, ele destacou o cenário enfrentado com a expansão das milícias.

O desembargador Gabriel de Oliveira Zérifo, que representou o presidente do TJRJ, desembargador Ricardo Couto de Castro, considerou os dois dias de debates de grande importância e agradeceu a escolha do TJRJ para sediar o evento.

“O assunto que tratamos aqui é importante para todo o país. O que está se pretendendo é estabelecer critérios para a segurança dos magistrados e do ambiente do Poder Judiciário. Esse é o objetivo que está sendo alcançado, tanto no debate de ontem quanto no de hoje. Porque, infelizmente, todo o sistema de violência que está acontecendo, está batendo no peito da gente”, declarou.

Entretanto, segundo ele, o Estado brasileiro está se aperfeiçoando para dar segurança aos magistrados. “Nós estamos aqui, hoje, para dar firmeza ao juiz e impedir que ele seja intimidado no exercício da sua função. Se ele for intimidado da função, o que será do cidadão?”, questionou o desembargador.

Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: CNJ/TJRR, com edições da Coordcom
Foto: Arquivo pessoal

Evento destacou os benefícios da resolução amigável de disputas, em preparação para a Semana Nacional da Conciliação

171A solução pacífica de conflitos, por meio da conciliação, foi o tema central do “Café com Cejusc-JT”, realizado em Boa Vista na última sexta (21). O evento, promovido pelo Núcleo Permanente de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Nupemec-JT) e Centros Judiciários de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc-JT) do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR), reuniu magistrados, servidores, advogados e representantes da sociedade.

A iniciativa teve como objetivo preparar os profissionais do Direito, principalmente advogados e juízes, para a 9ª Semana Nacional da Conciliação Trabalhista, marcada para maio deste ano. Durante o encontro, foram tiradas dúvidas, apresentados os benefícios da conciliação e prestadas homenagens aos advogados que priorizam a resolução de conflitos de forma

#ParaTodosVerem
A imagem mostra um auditório cheio de pessoas assistindo a uma apresentação. Ao fundo, há duas mulheres em pé, uma delas falando ao público. Banners, bandeiras e uma tela com informações compõem o cenário. A atmosfera é formal, sugerindo um evento corporativo ou institucional.

amigável.

Diálogo e mediação

Durante a abertura oficial, a coordenadora do Nupemec-JT e diretora da Escola Judicial (Ejud11), desembargadora Ruth Barbosa Sampaio, enfatizou que o diálogo, a mediação e a conversa são ferramentas essenciais para resolver conflitos e promover a paz. “Nosso trabalho público tem uma estrutura sólida, focada em proporcionar serviços de qualidade. Apesar das dificuldades, seguimos avançando.”

Sobre os benefícios da conciliação, a desembargadora destacou: “Não podemos deixar de mencionar que a conciliação, além de garantir uma solução mais rápida, reduz custos materiais e imateriais, além de evitar maiores desgastes com o prolongamento da ação judicial. O diálogo possibilita ‘menos conflitos e mais futuro para as relações’, por esta razão este é justamente o tema da IX Semana Nacional da Conciliação Trabalhista, agendada para o período de 26 a 30 de maio em todo o país.”

180Estiveram presentes no evento o presidente do TRT-11, desembargador Jorge Alvaro Marques Guedes; desembargadora Eulaide Maria Vilela Lins; juiz titular da 3ª vara do trabalho de Boa Vista e diretor do fórum de Boa Vista, Raimundo Paulino Cavalcante Filho; juíza titular da 2ª vara do trabalho de Boa Vista, Samira Marcia Zamagna Akel; presidente em exercício da Ordem dos Advogados do Brasil Seccional Roraima, Cláudio Belmino Rabelo Evangelista; procurador do Ministério Público do Trabalho, Sóstenes Lima Carvalho, além dos palestrantes e demais autoridades. 

Reflexões sobre os benefícios da conciliação

Em palestra, o coordenador e supervisor do Cejusc-JT 1º Grau Boa Vista, juiz do trabalho Gleydson Ney Silva da Rocha, apresentou reflexões sobre o tema “Os benefícios da conciliação e mediação na Justiça do Trabalho”. Ele destacou que “nos diversos aspectos das políticas sociais, existe um espírito de boa vontade e cooperação. Nosso objetivo é consolidar essa construção, mostrando ser possível alcançar bons resultados por meio da conciliação.” Segundo ele, este é o ano para materializar propósitos maiores, pois a conciliação traz benefícios enormes e resolve situações desafiadoras.

Ney Rocha também ressaltou os números e o impacto positivo do trabalho coletivo. “Seja nas cidades ou em outras localidades, testemunhamos almas dispostas a colaborar e contribuir. Esses exemplos marcantes reforçam o impacto do nosso trabalho. Gostaria de agradecer a todos que se dedicaram a construir essa história conosco.”

Sucesso em conciliação

Na palestra sobre “Experiências de sucesso em conciliação e mediação”, a coordenadora do Cejusc-JT Manaus, juíza Selma Thury Vieira Sá Hauache, reforçou o papel crucial dos mediadores e advogados capacitados no alcance de resultados significativos. “Quero ressaltar a importância dos grupos mediadores que constroem as conciliações. São vocês, mediadores e advogados capacitados, que possibilitam os resultados que alcançamos. Sem esse esforço conjunto, seria impossível atingir os números que temos registrado, especialmente nas áreas específicas de saúde e trabalho”, disse.

A juíza ainda enfatizou a busca contínua por celeridade e Justiça social: “Com a dedicação de todos, continuaremos construindo histórias e resultados que fazem a diferença. Agradeço imensamente a todos os envolvidos nesta jornada.”

Expectativas e práticas na Justiça do Trabalho

A advogada e diretora da Escola Superior da Advocacia da OAB/RR, Rozinara Barreto Alves, palestrou sobre o tema “Soluções Práticas, Relatando Expectativas de Clientes e Advogados Quanto à Atuação da JT”. Destacou que a Justiça do Trabalho deve ir além das ações dentro dos fóruns, buscando eficiência, transparência e soluções que atendam às necessidades da sociedade.

“Quando tratamos da atuação da Justiça do Trabalho, não estamos falando apenas de ações dentro do fórum, mas de uma atuação que visa atender nossos clientes — seja na advocacia ou na Justiça — com diferentes óticas e perspectivas. Rozinara também destacou o impacto do diálogo nas relações: “A conciliação e o diálogo são essenciais. Afinal, as decisões impactam não apenas o trabalhador, que busca uma Justiça social que atenda ao mínimo necessário, mas também o empregador, que precisa manter suas portas abertas para continuar gerando empregos.”

Alguns advogados presentes se manifestaram sobre o resultado positivo da conciliação e mediação nas disputas de interesses trabalhistas e que esta cultura vem sendo cada vez mais fortalecida em Boa Vista. Dentre os requerimentos trazidos, o Advogado Raphael Caetano Solek registrou a necessidade de estender o Cejusc e outros serviços em itinerância para alcançar o jurisdicionado que se encontra em locais de difícil acesso em Roraima, apontou a necessidade de padronizar alguns atos, como a multa aplicada em caso de inadimplemento de acordos; a notificação pelo Diário de Justiça Eletrônico Nacional - DJEN; assim como a aplicação de revelia e arquivamento no âmbito dos Cejuscs, dentre outros pedidos. Os patronos aproveitaram, ainda, para agradecer pelos trabalhos e atendimento dispensado pelos servidores e magistrado do Cejusc JT Boa Vista.

Homenagens aos profissionais

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Ao final do evento, advogados foram homenageados por suas contribuições à mediação e conciliação. A desembargadora Ruth Barbosa entregou o prêmio “Mulheres Formadoras e Informadoras da Justiça do Trabalho da 11ª Região” — 6ª Edição 2024 à advogada Lícia Catarina Coelho Duarte, presidente da Comissão dos Direitos dos Povos Indígenas da OAB/RR. A premiação reconhece mulheres que implementam boas práticas e destacam o papel feminino no Judiciário.

Em seguida, em reconhecimento à atuação dos advogados trabalhistas de Boa Vista o juiz Ney Rocha entregou Portaria de Elogio em nome dos advogados Winston Regis Valois Junior, Michele Ferreira Freitas de Lima e José Demontiê Soares Leite, destacando sua busca por Justiça e conciliação e reforçando o impacto positivo de suas atuações.

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#ParaTodosVerem
A imagem principal mostra um auditório cheio de pessoas assistindo a uma apresentação. Ao fundo, há duas mulheres em pé, uma delas falando ao público. Banners, bandeiras e uma tela com informações compõem o cenário. A atmosfera é formal, sugerindo um evento corporativo ou institucional.

 

Fotos no Flickr: https://flic.kr/s/aHBqjC6vPs

Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Jonathan Ferreira
Foto: Carlos Andrade

A AAMAT reuniu convidados no Fórum Trabalhista de Manaus na sexta-feira (21/3) para comemorar a trajetória de lutas e conquistas

167Integrantes da AAMAT e do TRT-11O miniauditório do Fórum Trabalhista de Manaus foi palco da celebração dos 45 anos de lutas e conquistas da Associação Amazonense da Advocacia Trabalhista (AAMAT), realizada na última sexta-feira (21/3). Profissionais que marcaram a história da associação receberam homenagens em agradecimento às relevantes contribuições.

A cerimônia contou com a presença do vice-presidente do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR), desembargador David Alves de Mello Junior, que integrou a mesa de honra e foi um dos homenageados pela entidade. A diretora do Fórum Trabalhista de Manaus, juíza do Trabalho Yone Silva Gurgel Cardoso, também foi agraciada com a honraria.

Com uma programação que se estendeu por quatro horas, iniciando às 9h, o evento reuniu integrantes da advocacia, da magistratura trabalhista e convidados. Houve apresentação de três palestras sobre temas de relevância para a categoria e um coffee break marcou o momento de confraternização.

A presidente da AAMAT, Juliana Coimbra Garcia, destacou a importância da associação na defesa dos direitos trabalhistas e no fortalecimento da advocacia no Amazonas. “Celebrar 45 anos de história é reconhecer o trabalho incansável de todos que contribuíram para a consolidação da nossa associação. Seguimos firmes na missão de representar e apoiar os advogados trabalhistas, garantindo que a justiça continue sendo um pilar fundamental para a sociedade”, declarou.

168Juliana Garcia (pres. da AAMAT) e des. David Mello Jr. (vice-presidente do TRT-11)

 170Juíza Yone Gurgel prestigiou o evento169Homenagem aos profissionais que marcaram a história da AAMAT

 

#ParaTodosVerem

imagem 1 : Seis pessoas posam para uma foto formal em um ambiente institucional. Três mulheres e três homens estão vestidos com roupas sociais. Ao fundo, há bandeiras e arranjos de plantas decorando o espaço. O clima é de evento ou cerimônia oficial.
imagem 2 : Homem e mulher sorriem segurando um troféu em uma cerimônia, com bandeiras ao fundo.
imagem 3 :Duas mulheres sorriem durante uma premiação. Uma delas segura um troféu, enquanto ao fundo aparecem bandeiras e parte do público.
imagem 4: A imagem mostra uma mesa com vários troféus alinhados, prontos para serem entregues. Cada troféu tem um design moderno, com base preta e detalhes metálicos.

Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Paula Monteiro
Fotos: AAMAT

Empresa varejista é condenada a pagar R$ 88,8 mil após pressionar funcionária a pedir demissão

Resumo:

• A trabalhadora foi alvo de constrangimentos e pressões por parte do gerente, que buscava forçar sua demissão.
• O TRT-11 reconheceu a coação no pedido de demissão, condenando a empresa ao pagamento de direitos trabalhistas e danos morais.
• O juiz do trabalho André Fernando dos Anjos Cruz elaborou a sentença utilizando o protocolo com perspectiva de gênero.

158Mulheres em situações familiares vulneráveis frequentemente enfrentam desafios intensos no ambiente de trabalho, como aconteceu com uma ex-funcionária de uma empresa varejista em Manaus. Ela enfrentou pressões e assédio após o nascimento de seu filho, que foi diagnosticado com uma síndrome rara e necessitava de internações na Unidade de terapia intensiva (UTI). A Justiça do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) reconheceu a coação e condenou a empresa ao pagamento de R$ 88,8 mil em direitos trabalhistas.

A trabalhadora, contratada como assistente de vendas em julho de 2022, relatou ter sido alvo de constrangimentos por parte do gerente. Ela alega que o gerente seria contra manter uma funcionária com um filho “adoentado”.

Após o término da estabilidade pós-parto, ele sugeriu que ela tirasse férias e, posteriormente, fosse demitida sem justa causa. No entanto, a funcionária enfrentou longos meses sem receber salários e foi ameaçada com demissão por abandono de emprego. Quando recebia algum pagamento, os valores eram mínimos, como R$ 100 ou R$ 236.

Além disso, o gerente encaminhou atestados médicos ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) sem regularizar o afastamento de forma adequada, e a empresa interrompeu os depósitos no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Diante das ameaças constantes e da ausência de suporte do setor de Recursos Humanos, a funcionária formalizou o pedido de desligamento em setembro de 2024, com receio de perder seus direitos rescisórios. Mesmo assim, a empresa aplicou um desconto indevido de R$ 29,7 mil no valor a ser pago.

Rescisão indireta

Na Justiça do Trabalho, a ex-funcionária pediu a rescisão indireta do contrato de trabalho, a anulação do pedido de demissão “forçado”, o pagamento de salários atrasados e a devolução de descontos indevidos. Solicitou também a correção da carteira de trabalho, a regularização do FGTS e uma indenização por danos morais.

Além disso, a trabalhadora pediu urgência para o saque do FGTS e emissão das guias de seguro-desemprego, alegando a necessidade financeira e as despesas médicas do filho. A empresa negou as alegações, sustentando que o pedido de demissão foi voluntário e que não houve coação.

Julgamento

Com base em provas como conversas de WhatsApp, testemunhos e laudos médicos, o juiz André Fernando dos Anjos Cruz, substituto na 16ª Vara do Trabalho de Manaus, concluiu que houve coação no pedido de demissão. Afirmou que “a reclamante foi alvo de ameaça e desprezo em razão da condição frágil de seu bebê, afrontando a dignidade humana”.

O magistrado determinou o pagamento de R$ 20 mil por danos morais e garantiu à trabalhadora todos os direitos pendentes, como salários atrasados, aviso prévio, 13º salário, férias, diferenças no FGTS com multa de 40%, seguro-desemprego e retificação na carteira de trabalho. Também decretou a devolução dos descontos indevidos.

“Não é aceitável forçar uma trabalhadora, mãe de um recém-nascido que requer internações em UTI e tratamentos complexos, a pedir demissão”, destacou o juiz. A sentença foi elaborada utilizando o protocolo com perspectiva de gênero, reconhecendo os desafios que a mulher pode enfrentar no cotidiano.

Processo n°: 0001509-47.2024.5.11.0016

* Esta matéria integra a série especial Elas em Foco, idealizada pelo Comitê de Incentivo à Participação Institucional Feminina e pela Coordenadoria de Comunicação Social. A proposta é repercutir, durante o mês de março, decisões do TRT-11 com foco no protagonismo feminino.

#ParaTodosVerem
Uma mulher segurando um bebê nos braços. O bebê está vestindo um body branco e chora com o rosto contraído, a boca aberta e as mãos levemente cerradas. A mulher veste uma blusa preta e um colar dourado com um pingente. Sua mão segura o bebê com firmeza e cuidado. 

Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Jonathan Ferreira
Foto: Banco de Imagens

166O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) e a Defensoria Pública do Estado de Roraima (DPE-RR) assinaram, nesta sexta-feira (21/3), um acordo de cooperação técnica com o objetivo de ampliar o acesso da população à assistência jurídica gratuita e aos serviços da Justiça do Trabalho.

A assinatura ocorreu na sede da Defensoria, em Boa Vista, e contou com a presença do presidente do TRT-11, desembargador Jorge Alvaro Marques Guedes, e da defensora pública corregedora-geral, Lenir Rodrigues.

O acordo formaliza a participação do TRT-11 no projeto "Carreta dos Direitos", uma ação itinerante coordenada pela Defensoria Pública que oferece atendimento jurídico gratuito em comunidades periféricas de Boa Vista. A iniciativa tem foco especial em pessoas em situação de vulnerabilidade social que residem em bairros mais afastados da capital.

Na "Carreta dos Direitos", o TRT-11 oferecerá orientações e atendimento sobre direitos trabalhistas, como problemas relacionados à Carteira de Trabalho, salários retidos, não pagamento de horas extras, férias, FGTS, décimo terceiro, entre outros. Também participam do projeto diversos órgãos públicos, como INSS, Receita Federal e Instituto de Identificação.

"Essa parceria é importante para que possamos chegar mais perto da população, especialmente de quem mais precisa, e orientar sobre os direitos trabalhistas. Muitas pessoas não sabem quais são esses direitos e nem como acessá-los, por isso, essa iniciativa cumpre um papel essencial de informação, acesso e cidadania", destacou o presidente do TRT-11, desembargador Jorge Alvaro Marques Guedes.

A defensora pública Lenir Rodrigues também comemorou a parceria. “Essa cooperação técnica com o TRT-11 é muito importante para a Defensoria Pública, pois estaremos levando cidadania para os nossos assistidos, contribuindo com direitos básicos em relação às questões de trabalho”.

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 #ParaTodosVerem

imagem 1 : Cerimônia de assinatura na Defensoria Pública, com autoridades acompanhando o ato.
imagem 2 : Visita à unidade itinerante da Defensoria Pública, com atendimento e serviços de identificação.
imagem 3: "Carreta dos Direitos" estacionada, pronta para atender a população, levando cidadania a todos os lugares.
imagem 4 : Equipe da Defensoria Pública de Roraima e do TRT-11 reunida em frente à Carreta dos Direitos, promovendo acesso à justiça e inclusão social.

Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Andreia Nunes
Fotos: Carlos Andrade

 

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