TRT-11 reconhece violência de gênero e impõe indenização por danos morais

965Depois de sofrer agressões verbais e uma agressão física durante o trabalho, que causou fraturas no antebraço e na mão esquerda, uma mulher, pedreira da construção civil em Manaus conseguiu que a empresa fosse responsabilizada pelo Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) e condenada a pagar R$ 50 mil por danos morais. A decisão, assinada pela juíza do Trabalho Larissa de Souza Carril, da 10ª Vara do Trabalho de Manaus, aplicou o protocolo de perspectiva de gênero e fixou o total de R$ 81 mil em indenizações. Além dos danos morais, o valor inclui uma indenização substitutiva pela estabilidade acidentária e o pagamento de adicional de insalubridade em 20%, devido à exposição contínua ao calor.

Conforme o processo, a trabalhadora atuou por mais de seis anos na empresa, começando como impermeabilizadora e depois como pedreira. Ela relatou ter sofrido agressões verbais frequentes de um colega, culminando em uma agressão física durante o expediente. Segundo o relato, o colega de trabalho pediu para alguém segurá-la e começou a agredi-la, o que a levou a buscar uma faca para tentar se defender. O episódio resultou em Boletim de Ocorrência (B.O.) feito por ela e no pedido, à Justiça do Trabalho, de indenizações por danos morais, materiais, estéticos, assédio moral, doença profissional e acidente de trabalho. A mulher também apresentou documentos médicos que comprovam internação e cirurgia.

Na defesa, a empresa negou todas as acusações feitas pela ex-funcionária. Alegou que não houve assédio moral, que o B.O. apresentado por ela era unilateral e que nunca foi informada sobre agressões verbais. Além de sustentar que o colega citado teve contato com a mulher por menos de um mês, tempo que considerou insuficiente para os fatos relatados, contestou a origem da fratura na mão e reforçou que a empregada foi a agressora e não a vítima. Com relação aos demais pedidos, a empresa declarou que todas as horas extras foram registradas e pagas à trabalhadora, contratada como servente e promovida a pedreira.

No processo, foram ouvidas três testemunhas: duas indicadas pela reclamante e uma pela empresa. Também foram realizadas duas perícias técnicas, uma médica, para avaliar os impactos físicos da agressão; e outra conduzida por engenheiro, com o objetivo de apurar as condições de insalubridade no ambiente de trabalho.

Contradições da empresa

Ao analisar o processo, a juíza Larissa Carril destacou que a empresa de construção alegou ter realizado um “estudo interno” sobre a agressão entre funcionários, mas não ouviu a trabalhadora nem apresentou documentos que comprovassem essa apuração, ou identificassem as testemunhas supostamente ouvidas. Segundo ela, a ausência de registros impede a análise judicial sobre a veracidade da investigação, já que a empresa apenas afirma tê-la feito, sem apresentar qualquer evidência concreta. A conclusão da empresa se baseou exclusivamente nas fotos anexadas ao B.O. registrado pelo agressor, tratado como prova válida, enquanto o boletim feito pela funcionária foi desqualificado.

Para Carril, “um olhar acurado nas fotos extrai apenas leves escoriações na orelha dele”, ao passo que a pedreira comprovou ter sofrido fratura em ossos da mão no dia exato da agressão física na obra.“Por qual motivo o boletim de ocorrência registrado pelo homem comprova suas próprias alegações, mas o boletim de ocorrência registrado pela funcionária é apenas documento unilateral? O que fez com que o boletim de ocorrência do homem tenha mais peso para a reclamada do que o boletim de ocorrência registrado por sua trabalhadora mulher?”, questiona a magistrada no processo.

Violência contra a mulher

A juíza também ressaltou que a testemunha apresentada pela empresa não demonstrou credibilidade, o que enfraqueceu ainda mais a versão da defesa. Essa testemunha afirmou que o homem “apenas colocou o braço na frente do rosto para se proteger”, sem explicar como a autora teria fraturado a mão, especialmente diante do relato de outra testemunha que presenciou o ocorrido e afirmou que ele havia “dado uma gravata” na funcionária. Para a magistrada, a defesa da empresa ainda sugeriu que a funcionária se machucou ao cair sobre ferragens, argumento considerado recorrente em casos de violência contra mulheres. “Salta aos olhos o número estatístico de tantas mulheres agredidas no Brasil em que a tese é justamente esta: ‘legítima defesa pelo homem’, ‘a mulher teria merecido ou provocado’ a sua agressão, ou até mesmo que a mulher teria ‘caído’ e se machucado, como expressamente menciona a testemunha da ré”, pontuou.

Além disso, a magistrada destacou que a alegação da empresa sobre a breve convivência entre os envolvidos, menos de um mês, foi desmentida pelo próprio boletim de ocorrência registrado pelo colega e apresentado pela defesa, no qual ele afirma ter trabalhado com a pedreira por quatro meses.

Carril concluiu que os atos da funcionária ao ter ido “tirar satisfação” com o colega utilizando um pedaço de madeira, após sofrer assédio e várias agressões verbais, não poderiam ser avaliados de forma isolada, somente dentro do contexto de gênero e da sequência dos fatos, pois indicam uma reação às agressões sofridas. Por essa razão, a juíza aplicou o Protocolo para Julgamento com Perspectiva de Gênero do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), instrumento que orienta o Judiciário a considerar as desigualdades históricas, sociais e culturais que afetam as mulheres. “O caso de uma mulher pedreira, trabalhando na construção civil, não ouvida e assediada, que após tanto tempo de descaso, resolve acabar o problema por seus meios, respondendo à violência sofrida também de forma violenta, mas saindo, ao final, como única culpada da agressão, segundo a visão da empresa, está completamente afastada a tese de culpa exclusiva da vítima.”

Responsabilidade da empresa

Diante das provas apresentadas, como boletins de ocorrência dos dois trabalhadores envolvidos, testemunhos e laudo médico, e da ausência de documentos que comprovassem a investigação interna da empresa, além das contradições nas alegações da defesa, Larissa considerou comprovada a agressão sofrida pela trabalhadora, que resultou na fratura do 4º metacarpo. Reconhecendo que a empresa é legalmente responsável pelos atos dos funcionários, a magistrada atribuiu à instituição a responsabilidade pelas lesões da pedreira.

Com base nessa análise, concluiu que, ao contrário do que alegou a empresa, quem provocou injustamente a agressão foi o homem, protegido pela empregadora, e que a autora agiu em legítima defesa. Por isso, condenou a construtora ao pagamento de R$ 50 mil por danos morais.

Outros pedidos

Com relação aos demais pedidos, a juíza Larissa Carril reconheceu que a agressão sofrida durante o aviso prévio configura acidente de trabalho, assegurando à autora o direito à estabilidade e à indenização equivalente a 12 meses de salário. Também concedeu a insalubridade em grau médio no ambiente de trabalho, em razão da exposição ao calor em atividades externas com carga solar, conforme apontado no laudo pericial, condenando a empresa ao pagamento do adicional correspondente.

A magistrada rejeitou os pedidos de indenização por danos estéticos e materiais por falta de comprovação, mas determinou o pagamento das verbas rescisórias com base em 40 horas semanais e no salário contratual. Além disso, deferiu o benefício da Justiça Gratuita.

*Esta matéria integra a campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”, coordenada pelos Comitês de Incentivo à Participação Feminina, do Trabalho Seguro e de Equidade.

Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Jonathan Ferreira
Foto: Banco de Imagens

A iniciativa ocorreu na manhã de sábado (21/11) com plantio de mudas nativas e entrega de cestas básicas

953Em mais uma etapa do Projeto Justiça Verde do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR), que prevê o plantio de mudas nativas como compensação do carbono emitido na tramitação de processos no âmbito do TRT-11, foi realizada, na manhã do último sábado, 21/11, ação socioambiental voltada para unir preservação do meio ambiente e solidariedade. A comunidade de São Francisco de Mainã foi contemplada com o plantio, ao total, de 100 mudas nativas e a entrega de 150 cestas básicas, estas doadas pela Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho da 11ª Região (Amatra XI). Esta segunda etapa do Projeto Justiça Verde compensou o carbono emitido por todas as 10 Varas do Interior do Amazonas, repetindo ação exitosa realizada no município de Presidente Figueiredo, na primeira etapa, quando foram plantadas 500 mudas nativas em plena floresta amazônica.

A comunidade Mainã localizada à margem esquerda do Rio Amazonas, próximo à região do Puraquequara, zona rural de Manaus, tem população local de cerca de 250 pessoas, que vivem do cultivo da terra e da pesca, principais atividades econômicas dos comunitários. A comunidade obteve em agosto/2013 o título de Concessão de Direitos de Uso Real (CDRU). O documento legalizou a ocupação e o uso de 400 hectares de terra da União, sob o domínio do Exército onde famílias de ribeirinhos vivem há mais de 100 anos, reconhecendo formalmente por tempo indeterminado o direito de uso tradicional daquelas terras pelos comunitários.

Além de fortalecer a consciência socioambiental, a iniciativa permitiu dialogar com os comunitários, ouvindo os moradores sobre os diversos problemas enfrentados no local. A construção de um posto de saúde é umas das principais reivindicações da comunidade.

Com a presença de moradores do local, participaram da ação pelo TRT-11: o presidente do Regional, desembargador Jorge Alvaro Marques Guedes; o coordenador do Comitê de Sustentabilidade, juiz Sandro Nahmias Melo; o juiz Gabriel César Fernandes Coêlho, vice-coordenador do Comitê; o juiz Ney Rocha, presidente da Amatra-XI; o juiz do Trabalho Adelson Silva dos Santos; o diretor do Laboratório de Inovação dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (Liods), Hylace Braga e o chefe da Seção de Gestão Socioambiental de Acessibilidade (Segambi), Vicente Tino.

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Pronunciamentos

O presidente do TRT-11, desembargador Jorge Alvaro fez as saudações iniciais aos presentes destacando a importância em participar da ação. “É um privilégio conhecer o cidadão da floresta, que luta diariamente e enfrenta, com perseverança, as dificuldades da região. A distribuição de cestas básicas é importante, mas ainda mais valioso é poder ouvir vocês e compreender, de maneira verdadeira, suas necessidades e vivências”, afirmou.

Já o juiz Sandro Nahmias ressaltou o que motivou a iniciativa do Comitê de Sustentabilidade. “Estamos preocupados também com o social, preocupados com a região amazônica e com o mundo onde a gente vive. Senão daqui a pouco será de menor importância a gente fazer os julgados, porque o clima vai estar tão agressivo que as nossas preocupações vão mudar radicalmente”.

Para o presidente da Amatra XI, juiz Ney Rocha, a parceria da Associação, que disponibilizou 150 cestas básicas, tem a ver com a sua responsabilidade social. “A Associação tem um papel social e o que nós trazemos aqui é apenas uma oferta para dizer que queremos ser parceiros, queremos ajudar nas causas”, disse.

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Poder contar com novos amigos

Segundo Linete Farias, moradora do local e professora da comunidade, a ação do TRT-11 foi o início para que mais coisas boas aconteçam. “A gente acredita que com essa visita, novas coisas boas virão para a nossa comunidade. Porque quando a gente faz novos amigos, coisas boas acontecem”.

Francisco Mateus da Silva, anterior líder da comunidade e atual diretor de Relações Públicas, também se manifestou no mesmo sentido. “Eu quero dizer para vocês que a comunidade está muito alegre, está muito feliz. Este momento ficará marcado na vida da comunidade. Saber que se um dia a gente tiver uma grande necessidade na área jurídica, ou em qualquer outra circunstância, eu acredito que a gente poderá contar com a ajuda de vocês.”

 

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Saiba Mais

O Projeto Justiça Verde, desenvolvido no âmbito do TRT-11, representa um compromisso com a sustentabilidade e a responsabilidade socioambiental. A iniciativa busca, de forma inédita, compensar as emissões de carbono geradas pelas atividades e pela movimentação processual da Justiça do Trabalho, promovendo uma atuação mais consciente e sustentável.

Na primeira ação do Projeto Justiça Verde realizada em julho/2025, em Presidente Figueiredo, no interior do Amazonas, a meta previa o plantio de 500 mudas nativas da Amazônia, sendo 100 no dia do evento, as demais seriam plantadas gradualmente nas semanas seguintes. O volume almejado seria suficiente para compensar as emissões feitas por quase 50% das unidades de todo o TRT-11.

 

Confira mais imagens.


Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Mônica Armond de Melo
Fotos: Carlos Andrade

Evento é gratuito e aberto ao público, com 5h de carga horária para os inscritos.

960A Escola Judicial do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (Ejud11) realizará, no dia 28 de novembro, o Encerramento do Ano Letivo 2025. O evento, que acontecerá presencial no Auditório do Fórum Trabalhista de Manaus, é gratuito, aberto ao público externo e já está com inscrições disponíveis no sistema da Escola Judicial – SiseJud. https://ejud.trt11.jus.br/ejud/

A programação inicia às 8h30, com recepção e credenciamento. A diretora da Ejud11, desembargadora Ruth Barbosa Sampaio, conduzirá a abertura oficial. Durante o evento será apresentado o balanço das ações da Ejud11 em 2025, e também serão feitas algumas homenagens como a Outorga da Medalha do Mérito Acadêmico, e a entrega da 7ª edição do Prêmio Mulheres Formadoras e Informadoras da Justiça do Trabalho da 11ª Região. O destaque da manhã será a aula magna de encerramento, ministrada pelo ministro Alberto Bastos Balazeiro, do Tribunal Superior do Trabalho (TST).

Inscrições

O evento é destinado ao público em geral e oferece um certificado de participação com carga horária de 5 horas para os inscritos. As inscrições podem ser feitas pelo SisEJud. Para participar, acesse a plataforma utilizando seu CPF. Caso ainda não tenha cadastro, clique na opção para criar um novo e preencha os campos obrigatórios: nome, CPF, telefone, e-mail e confirmação do e-mail, raça, gênero, sexo e cargo ou função. Crie uma senha que poderá ser utilizada em todos os eventos da Ejud11.

Após concluir o cadastro, uma mensagem de confirmação será exibida, informando que o procedimento foi realizado com sucesso e que você já pode fazer o login no sistema. Utilize o CPF e a senha criada para acessar o Portal do Aluno, onde será possível visualizar os cursos e eventos disponíveis. Navegue até a seção "Inscrições Abertas" e clique em "Solicitar Participação" para os eventos desejados, verificando se atende ao público-alvo. Finalize o procedimento clicando em "Concluir" e receba a notificação de que sua participação foi confirmada. Para verificar todas as suas inscrições, acesse a seção "Meus Cursos".

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Serviço: Encerramento do Ano Letivo da Ejud11
Data: 28 de novembro
Horário: 8h30 às 13h
Local: Auditório do Fórum Trabalhista de Manaus
End: Rua Ferreira Pena, nº 546, 9º andar – Centro de Manaus
Inscrições gratuitas: https://ejud.trt11.jus.br/ejud/

A 20ª Semana da Conciliação também arrecadou mais de R$ 1 milhão de IR e R$ 945 mil para o INSS

959As audiências de conciliação realizadas pelo Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) durante a 20ª Semana Nacional da Conciliação resultaram em mais de R$ 11,8 milhões em acordos para pagamento de dívidas trabalhistas. Com o slogan “Conciliar é legal”, a edição de 2025 ocorreu de 3 a 7 de novembro.

Promovida pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a iniciativa tem como objetivo aproximar o cidadão da solução de conflitos. No TRT-11, foram atendidas 7.353 pessoas, realizadas 1.912 audiências e homologadas 525 conciliações. Além disso, foram arrecadados mais de R$ 1 milhão em Imposto de Renda (IR) e R$ 945 mil para a Previdência Social. O índice de conciliações alcançado pelo TRT-11 nesta edição foi de 27,46%.

A coordenadora do Centro Judiciário de Métodos Consensuais de Solução de Disputas (Cejusc-JT) de 2º Grau do TRT-11, desembargadora Ruth Barbosa Sampaio, ressaltou a relevância dos resultados alcançados durante o evento. Segundo a magistrada, os números evidenciam não apenas o aspecto financeiro, mas principalmente o fortalecimento da pacificação social e da credibilidade da Justiça do Trabalho. “Esses números demonstram que o trabalho tem rendido frutos importantes, não apenas em valores arrecadados, mas principalmente em resultados conciliatórios”, destacou.

A desembargadora enfatizou ainda que o sigilo assegurado nas audiências reforça a confiança das partes e possibilita que os acordos sejam construídos de forma transparente e amigável. “Nos Cejusc-JT do 1º e 2º grau, os acordos são construídos com total sigilo. Nada do que é dito durante as audiências pode ser usado como prova caso não haja conciliação, o que garante às partes liberdade para dialogar de forma transparente e amigável. Os mediadores, preparados pela Escola Judicial e pelo CNJ, atuam com profissionalismo e imparcialidade, fortalecendo a confiança no processo.”

Destaques

Do total movimentado no Tribunal, a 1ª Vara do Trabalho de Boa Vista foi a unidade que mais celebrou conciliações. Das 111 audiências realizadas, 69 terminaram em acordo, somando R$ 738,9 mil homologados. Em seguida, o Cejusc-JT de 1o grau em Boa Vista registrou 47 conciliações em 142 audiências. O Cejusc-JT de 1º grau em Manaus, com 99 audiências, obteve 41 acordos.

Outros destaques foram a 16ª Vara do Trabalho de Manaus, com 26 acordos homologados em 72 audiências, totalizando mais de R$ 324 mil; seguida da 3ª Vara do Trabalho de Boa Vista, que registrou 26 conciliações em 78 audiências, movimentando cerca de R$ 143 mil em créditos para pagamento. Já o Cejusc-JT de 2º grau homologou 20 conciliações em 36 audiências, alcançando R$ 1,7 milhão em arrecadação.

A Vara do Trabalho de Tefé, localizada no interior do Amazonas, registrou o maior índice de conciliação em relação ao número de processos pautados. Foram 10 acordos homologados em 16 audiências, o que resultou na liberação de mais de R$ 60 mil em créditos trabalhistas e um índice de conciliações de 62,50%.

O painel completo e interativo com os números da Semana pode ser acessado AQUI.

Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Jonathan Ferreira
Imagem: CNJ

Encontro teve a presença de representantes do Poder Judiciário, da Segurança Pública e da Guarda Municipal

957A campanha “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher”, coordenada pelos Comitês de Incentivo à Participação Feminina, do Trabalho Seguro e de Equidade do Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR), realizou, na sexta-feira (21), uma palestra no auditório Magdalena Arce Daou, voltada para estudantes dos cursos de Direito e Psicologia da Ulbra Manaus. O encontro contou com a presença de representantes do Poder Judiciário, da Segurança Pública e da Guarda Municipal.

A iniciativa integra o projeto do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), alinhado à Agenda 2030 da Organização das Nações Unidas (ONU) e ao movimento internacional “16 Dias de Ativismo”, reafirmando o compromisso institucional com a promoção da igualdade e a defesa dos direitos das mulheres. Saiba mais sobre a Campanha do TRT-11: https://portal.trt11.jus.br/index.php/comunicacao/10858-justica-do-trabalho-realiza-programacao-especial-nos-21-dias-de-ativismo-pelo-fim-da-violencia-contra-a-mulher

Durante o evento na Ulbra foi realizada uma mesa de debates que reuniu representantes de diferentes setores da sociedade. A juíza do Trabalho Sâmara Christina, do TRT-11, destacou a importância da educação e da Justiça como instrumentos essenciais no enfrentamento das desigualdades e das violências sofridas pelas mulheres. "Esse encontro aproxima a Justiça do Trabalho da comunidade acadêmica e fortalece a conscientização sobre a violência contra a mulher. Quando dialogamos com estudantes, formamos jovens multiplicadores que levarão essa reflexão para dentro das famílias, das empresas e da sociedade. A campanha dos 21 dias de ativismo nos lembra que combater a violência de gênero é um compromisso de todos", defende a magistrada. 

Já as coordenadoras dos cursos de Direito, Caroline Araújo, e de Psicologia, Elisângela Mota, ressaltaram a relevância da formação multidisciplinar e do diálogo sobre temas fundamentais para a prática profissional, reforçando o compromisso da universidade com a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

Em seguida, o delegado da Polícia Civil, Fernando Bezerra, compartilhou a experiência profissional e destacou a necessidade de compreender o fenômeno da violência também no ambiente digital. Ele alertou que “a violência retratada nas redes sociais nem sempre corresponde à realidade dos fatos”, enfatizando a importância da responsabilidade, da cautela e da investigação adequada diante dessas situações.

A programação seguiu com a apresentação do guarda municipal David Felipe da Silva, integrante da Guarda Maria da Penha (GMP), que apresentou dados, conceitos e análises a partir dos slides exibidos. Entre os temas abordados estavam:

  • A definição de violência contra a mulher segundo a Convenção de Belém do Pará;
  • Os três âmbitos da violência doméstica previstos na Lei Maria da Penha;
  • O histórico da violência doméstica no Brasil antes e depois da legislação;
  • Estatísticas recentes que revelam a vulnerabilidade das mulheres;
  • O funcionamento das Patrulhas Maria da Penha e da Guarda Maria da Penha de Manaus.

Encerrando as apresentações, a comandante Thais Lima Rodrigues, também da Guarda Municipal, discutiu o perfil do agressor, destacando fatores comportamentais, psicológicos e sociais que perpetuam o ciclo de violência. A comandante reforçou a importância da fiscalização das medidas protetivas e da atuação preventiva como estratégias fundamentais para romper situações de risco.

Após as exposições, o evento abriu espaço para uma sessão de perguntas e respostas, na qual os estudantes puderam tirar dúvidas, acrescentar pontos relevantes e agradecer aos palestrantes pelas contribuições. Ao final do evento, as coordenadoras Caroline Araújo e Elisângela Mota agradeceram a parceria institucional e reforçaram a importância do trabalho conjunto entre segurança pública, Justiça e academia. A participação da Ulbra Manaus na campanha da Justiça do Trabalho pelo fim da violência contra a mulher está alinhada ao compromisso da instituição com a igualdade, o respeito e a formação de profissionais preparados para atuar no enfrentamento à violência de gênero.

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Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Ulbra Manaus, com edições da CoordCom
Fotos: Ascom/Ulbra

TRT-11, MPT e TJRR se unem em evento que discute políticas de proteção e igualdade de gênero

903Com o tema “21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contra a Mulher – Edição Boa Vista”, o Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) promove, no próximo dia 1º de dezembro, um ciclo de palestras virtuais para refletir sobre o enfrentamento da violência contra a mulher. O evento será realizado em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Tribunal de Justiça de Roraima (TJRR), exclusivamente em formato virtual.

Três convidadas com atuação de destaque no meio jurídico serão responsáveis pelas palestras que integram a programação especial com foco no combate à violência de gênero, em adesão ao movimento criado pelo Conselho Nacional de Justiça (CNJ). No âmbito do TRT-11 a iniciativa é coordenada por três comitês institucionais: Incentivo à Participação Feminina, Trabalho Seguro; Equidade de Raça, Gênero e Diversidade.

A escolha por um evento on-line, transmitido via plataforma Zoom, visa ampliar o alcance social da campanha, permitindo que mais pessoas tenham acesso às discussões e contribuam para a construção de ambientes de trabalho seguros, dignos e livres de qualquer forma de violência. A programação será realizada das 9h às 12h (horário de Boa Vista e Manaus).

Programação e inscrições

A programação tem o objetivo de estimular uma reflexão crítica sobre a violência de gênero e suas diversas manifestações. Neste contexto, busca-se destacar o papel das instituições e da sociedade na prevenção, assim como no combate ao assédio, à discriminação e na promoção da igualdade de gênero. Confira o detalhes das palestras:

O papel da Ouvidoria da Mulher no combate à violência de gênero

Desembargadora e Ouvidora da Mulher Eulaide Maria Vilela Lins

 

Violência doméstica: tipos e formas de combate

Juíza de Direito do TJRR Suelen Márcia Silva Alves

 

Trabalho da mulher migrante e formas de violência

Procuradora do Trabalho Gleyce Amarante Araujo Guimarães

 

As inscrições estão disponíveis no sistema SisEjud e os participantes inscritos receberão certificado emitido pela Escola Judicial (Ejud11).

Link de inscrição:  https://ejud.trt11.jus.br/ejud/

Acesse o link da sala virtual no Zoom: 

https://trt11-jus-br.zoom.us/j/86989612070?pwd=ATBmQTerjXIKzBNlxgpN1n8iaLmkCU.1

ID da reunião: 869 8961 2070

Senha: trt11.2025

21 Dias de Ativismo Boa Vista

 

 

Coordenadoria de Comunicação Social

Texto: Paula Monteiro

Arte: Carlos Andrade

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho tomou as providências para informar às partes dos processos eventual acesso, por meio da disponibilização de hotsite em que é possível fazer a consulta com o número do processo

952O Conselho Superior da Justiça do Trabalho informa que detectou um acesso incomum e amplo a diversos processos de forma simultânea, que foi sanado pelo bloqueio dessa entrada no sistema, tão logo identificado.

Vale ressaltar que o acesso aos processos é público e pode ser feito por advogados que têm atuação no PJe.

Até o presente momento, identificamos que 21 dos 24 TRTs foram acessados, além do TST.

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho tomou as providências para informar às partes dos processos eventual acesso, por meio da disponibilização de hotsite em que é possível fazer a consulta com o número do processo.

A Polícia Federal e a Agência Nacional de Proteção de Dados foram informadas. O acesso em grande volume, assim como a utilização irregular dos dados coletados já estão sendo investigados.

Processos em segredo que foram acessados estão protegidos pela legislação aplicada a eles, e o eventual uso de informações de forma inadequada é passível de punição, o que já é objeto da investigação policial.

O CSJT está atuando junto aos tribunais Regionais e autoridades competentes para levantamento de informações e ampliação do monitoramento e segurança.

Consulte se seu processo foi acessado.

Coordenadoria de Comunicação Social
Texto e imagem: TST

Justiça do Trabalho comunica acesso a processos em grande volume

 

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho tomou as providências para informar às partes dos processos eventual acesso, por meio da disponibilização de hotsite em que é possível fazer a consulta com o número do processo

 

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho informa que detectou um acesso incomum e amplo a diversos processos de forma simultânea, que foi sanado pelo bloqueio dessa entrada no sistema, tão logo identificado.

Vale ressaltar que o acesso aos processos é público e pode ser feito por advogados que têm atuação no PJe.

Até o presente momento, identificamos que 21 dos 24 TRTs foram acessados, além do TST.

O Conselho Superior da Justiça do Trabalho tomou as providências para informar às partes dos processos eventual acesso, por meio da disponibilização de hotsite em que é possível fazer a consulta com o número do processo.

A Polícia Federal e a Agência Nacional de Proteção de Dados foram informadas. O acesso em grande volume, assim como a utilização irregular dos dados coletados já estão sendo investigados.

Processos em segredo que foram acessados estão protegidos pela legislação aplicada a eles, e o eventual uso de informações de forma inadequada é passível de punição, o que já é objeto da investigação policial.

O CSJT está atuando junto aos tribunais Regionais e autoridades competentes para levantamento de informações e ampliação do monitoramento e segurança.

Consulte se seu processo foi acessado.

Coordenadoria de Comunicação Social

Texto e imagem: TST

 

 

A ação interinstitucional no Parque do Idoso reúne serviços e apresenta o resultado da campanha de doações de itens de higiene pessoal

951O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) participará, no dia 28 de novembro, das 8h às 17h, de um mutirão social no Parque Municipal do Idoso, localizado no bairro Vieiralves, em Manaus (AM). Coordenada pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região - Seção Judiciária do Amazonas, a ação interinstitucional de atendimento à população em situação de rua conta com vários órgãos parceiros.

Para o TRT-11, o evento marca a culminância da campanha de arrecadação de itens de higiene pessoal promovida pelo Comitê de Atenção a Pessoas em Situação de Rua PopRuaJud, que é presidido pela desembargadora Ormy da Conceição Dias Bentes. A ação reforça o compromisso do órgão com a cidadania, a dignidade humana e a inclusão social.

“Este mutirão soma esforços e reforça nosso compromisso com a justiça social. Queremos contribuir diretamente para que as pessoas em situação de extrema vulnerabilidade tenham acesso ao que é básico, ao que é digno. O PopRuaJud nasce desse olhar humano e da responsabilidade que o Tribunal assume com a sociedade”, ressalta a desembargadora Ormy da Conceição Dias Bentes, ouvidora regional do TRT-11 e presidente do Comitê PopRuaJud.

Serviços e entrega de doações

A Justiça do Trabalho vai oferecer serviços gratuitos à população em situação de rua e em vulnerabilidade social, incluindo:

  • Esclarecimento de dúvidas sobre processos trabalhistas (Distribuição de Feitos de Manaus)
  • Espaço Kids (Serviço Social - Coordenadoria de Saúde)
  • Palestra educativa de higiene bucal (Odontologia - Coordenadoria de Saúde)
  • Cine Curtinhas (vídeos motivacionais) com exibição de curta-metragens com pipoca e refrigerante (Divisão da Ouvidoria)
  • Triagem e orientação para atendimento personalizado (Divisão da Ouvidoria)

 

As doações de itens de higiene pessoal arrecadadas durante o mês de outubro no TRT-11 serão entregues às Organizações da Sociedade Civil (OSCs) parceiras que atuam diretamente com pessoas em vulnerabilidade social. Os donativos incluem toalhas de banho, absorventes, escovas e pastas de dentes, sabonetes, xampus e condicionadores, desodorantes, barbeadores, fios-dentais.

O mutirão reúne esforços de diversas entidades comprometidas com a promoção da cidadania e da dignidade humana, consolidando a responsabilidade social e acesso à Justiça junto à sociedade. A iniciativa contará com a participação das seguintes instituições:

  • Receita Federal
  • Consultório na Rua
  • Instituto Nacional do Seguro Social (INSS)
  • 10 Cartórios
  • Tribunal de Justiça (TJAM)
  • Tribunal Regional do Trabalho da 11 ª Região - AM/RR
  • Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE - AM)
  • Seção Judiciária do Amazonas (SJAM)
  • Sistema Nacional de Emprego (Sine)
  • Defensoria Pública União (DPU)
  • Defensoria Pública do Estado do Amazonas (DPE- AM)

 

Serviço

Mutirão PopRuaJud

Data: 28 de novembro (sexta-feira)

Local: Parque Municipal do Idoso (rua Rio Mar, nº 1.324, Vieiralves, Manaus/AM)

Horário: 8h às 17h

 

 

#ParaTodosVerem: a imagem é um design institucional que divulga a "Política Nacional Judicial de Atenção a Pessoas em Situação de Rua e suas interseccionalidades" com um logotipo colorido. A composição centraliza o título e o logotipo "Pop Rua Jud", composto por um círculo roxo contendo figuras humanas estilizadas em cores vibrantes, com um fundo branco. 

 

 

Coordenadoria de Comunicação Social

Texto: Rafael Ramos

Edição de texto: Paula Monteiro

Arte: Carlos Andrade

O objetivo é aprimorar os serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) prestados pelo tribunal

948O Tribunal Regional do Trabalho da 11ª Região (AM/RR) quer avaliar o grau de satisfação dos usuários dos serviços de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC). De iniciativa da Secretaria de Tecnologia da Informação e Comunicações (Setic), já está disponível a pesquisa anual voltada aos públicos interno e externo, que ficará disponível até o dia 05 de Dezembro.

A pesquisa de satisfação também vai subsidiar o levantamento de necessidades. Com base nos resultados, será possível planejar e atender as demandas para novos projetos da Setic, melhorias dos sistemas existentes, bem como aquisições de hardware e software. Este formulário não substitui o registro formal da demanda à SETIC.

Público interno

Os usuários internos (magistrados, servidores, estagiários ou terceirizados) participantes da pesquisa são convidados a avaliar os serviços prestados pela SETIC, assim com equipamentos, softwares e infraestrutura de TIC disponibilizados pelo Tribunal, além de sugestões de melhoria nos serviços de informática e sinalização da necessidade de substituição de equipamentos e melhorias na infraestrutura de TIC.

Para responder o formulário eletrônico, é necessário que o usuário interno esteja logado com o e-mail institucional (@trt11.jus.br). A participação é anônima e, portanto, não ficará guardada nenhuma informação de identificação.

Usuário interno, clique AQUI para responder à pesquisa.

Público externo

As partes processuais, membros da advocacia, Defensoria Pública, Ministério Público do Trabalho e a sociedade em geral podem responder o formulário destinado ao público externo. Os usuários poderão opcionalmente informar seu e-mail, em caso de necessidade de contato. Este será excluído ao final da pesquisa. Como se trata de pesquisa anônima, não ficará guardada nenhuma informação de identificação.

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Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: DIVINGOV
Artes: Coordcom 

Pesquisas mostram que o grupo enfrenta as maiores taxas de desemprego, informalidade e discriminação no mercado de trabalho brasileiro

950No Brasil, o mercado de trabalho segue refletindo profundas desigualdades raciais e de gênero. Conforme apontam pesquisas, mulheres negras, pardas ou pretas enfrentam o que os especialistas chamam de “desigualdade dentro da desigualdade”: além das barreiras impostas pelo machismo, lidam com o racismo estrutural, um sistema de exclusão que se perpetua por meio de práticas institucionais e sociais. Ao contrário do que muitos acreditam, os dados mostram que, mesmo com formação acadêmica e qualificação profissional, essas mulheres continuam sendo alvo de preconceito e enfrentam obstáculos para acessar empregos formais, alcançar cargos de liderança e obter remuneração justa.

Complementando esse cenário de desigualdade, os dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) revelam que as mulheres negras seguem sendo o grupo mais vulnerável no mercado de trabalho brasileiro. Em 2022, apenas 52% delas participavam da força de trabalho, e 25,3% estavam em situação de informalidade, condição que compromete o acesso a direitos como previdência, estabilidade e proteção social. A taxa de subutilização, que engloba desemprego, subocupação e desalento, atingia 30,4%, a mais elevada entre todos os grupos analisados.

Já os dados da Relação Anual de Informações Sociais (RAIS) do 2º trimestre de 2024, divulgados pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), reforçam esse quadro de exclusão. O Brasil registrava 7,5 milhões de pessoas desocupadas, com uma taxa média de desemprego de 6,9%. No entanto, ao observar o recorte de raça e gênero, a desigualdade se acentua: a taxa de desemprego entre mulheres negras era de 10,1%, mais que o dobro da registrada entre homens não negros (4,6%).

A disparidade se reflete também na ocupação das funções mais precarizadas da economia. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD) do IBGE, em 2023, 91% das trabalhadoras domésticas no Brasil eram mulheres, e 67% delas eram negras. Como destacou Paula Montagner, subsecretária de Estatística e Estudos do Trabalho do MTE, “as mulheres negras estão concentradas nas ocupações localizadas na base da pirâmide do mercado de trabalho, atuando principalmente em serviços domésticos, de limpeza e alimentação. Elas ainda ocupam as vagas com as menores remunerações salariais”.

Casos de racismo no trabalho

A pesquisa “Mulheres negras no mercado de trabalho”, realizada pela consultoria Trilhas de Impacto, revelou que 86% das mulheres negras já sofreram racismo no ambiente profissional, mesmo estando formalmente empregadas e com alta qualificação. Entre as 155 participantes, todas com ensino superior completo, 50,3% possuem pós-graduação ou especialização, 13,5% têm mestrado ou doutorado, e 24,5% concluíram a graduação. As situações relatadas vão desde microagressões, como comentários sobre o cabelo ou com funções de limpeza, até exclusão de oportunidades, como estagnação na carreira, disparidade salarial e barreiras em processos seletivos presenciais.

Outro dado é que 68% das profissionais foram confundidas com funcionárias da limpeza, mesmo atuando em cargos técnicos ou de gestão. Também foram registrados casos recorrentes de desigualdade salarial, em que empresas criavam cargos fictícios para justificar remunerações superiores a colegas brancos que exerciam funções semelhantes.

Para a juíza do Trabalho Larissa Carril, coordenadora do Comitê de Incentivo à Participação Feminina do TRT-11, as manifestações de racismo recreativo incluem piadas, imitações, apelidos e outros comportamentos que banalizam a experiência de discriminação e desumanizam indivíduos com base em suas características raciais. “Essas ações são frequentemente minimizadas ou justificadas como inofensivas por serem rotuladas como “brincadeiras”. A discriminação racial no mercado de trabalho brasileiro é um reflexo direto do racismo estrutural e institucional que permeia a sociedade”, destaca.

A magistrada orienta o que fazer em casos de assédio no ambiente de trabalho: “a trabalhadora pode registrar reclamação nos canais internos (RH, compliance, ouvidorias), buscar entidades sindicais que auxiliam na instrução probatória, acolhimento e negociação com a empresa; além de ingressar diretamente com ação judicial contra a empresa e também. Também é possível acionar Ministério Público do Trabalho (MPT) e formular denúncias no Ministério do Trabalho e Emprego”.

Combate na Justiça do Trabalho

Para combater o racismo e o sexismo no ambiente profissional, a Justiça do Trabalho tem fortalecido o compromisso por meio do Protocolo para atuação e julgamento com perspectiva antidiscriminatória, interseccional e inclusiva, lançado pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST) e pelo Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT). O documento orienta magistrados a considerar, em decisões, as múltiplas formas de discriminação que afetam trabalhadores e trabalhadoras, com atenção especial às mulheres negras, que enfrentam simultaneamente o racismo e o sexismo nas relações laborais.

A proposta do protocolo é garantir julgamentos mais justos e sensíveis às desigualdades estruturais, promovendo a igualdade real no mundo do trabalho. Ao reconhecer que as discriminações não ocorrem de forma isolada, mas se sobrepõem e se intensificam, o documento contribui para uma atuação judicial mais comprometida com os direitos humanos, a inclusão e a reparação histórica. Trata-se de um avanço importante na construção de um sistema de justiça que enxerga e enfrenta as complexidades das opressões vividas por grupos vulnerabilizados.

Para o presidente do TRT-11, desembargador Jorge Alvaro Marques Guedes, o enfrentamento ao racismo e ao sexismo no trabalho exige formação contínua e atuação sensível às desigualdades estruturais. “A Justiça do Trabalho tem incorporado, de forma progressiva, os Protocolos para Julgamento com Perspectiva Racial e de Gênero, fortalecendo decisões mais justas e alinhadas aos direitos humanos. Esses instrumentos aprimoram a análise das provas e ajudam a evitar abordagens que desconsiderem a realidade das discriminações que afetam, de maneira ainda mais intensa, as mulheres negras.”

Ele reforça que a construção de ambientes de trabalho seguros e inclusivos depende de responsabilidade compartilhada. “Instituições e empresas precisam adotar políticas efetivas de equidade, promover educação permanente e assumir uma liderança comprometida com a prevenção de discriminações e violências.”

Denúncias

Antes de formalizar uma denúncia de racismo, sexismo ou outras irregularidades no ambiente de trabalho, é essencial reunir provas que sustentem a acusação. Mensagens, vídeos, gravações, registros de datas e nomes de testemunhas são fundamentais para garantir a materialidade dos fatos e facilitar a apuração da conduta. Caso o episódio tenha ocorrido na presença de outras pessoas, é importante identificá-las, pois poderão ser ouvidas durante a investigação.

Existem diversos canais oficiais para registrar denúncias. A plataforma FalaBR (http://falabr.cgu.gov.br) permite o envio de denúncias aos órgãos do Poder Executivo Federal, além de estados e municípios que utilizam o sistema como ferramenta de ouvidoria. Irregularidades trabalhistas, como assédio e discriminação, podem ser denunciadas pelo site https://denuncia.sit.trabalho.gov.br/home, mediante identificação via Gov.br.

Também é possível registrar a denúncia diretamente no portal do Ministério Público do Trabalho (MPT), acessível em https://www.prt11.mpt.mp.br/servicos/denuncias. Além desses meios, a vítima pode buscar apoio na Superintendência Regional do Trabalho, na Defensoria Pública, em sindicatos ou associações profissionais. Em casos de violência contra mulheres, o telefone 180, da Central de Atendimento à Mulher, oferece suporte especializado e orientação.

A temática também está sendo abordada ao longo da campanha 21 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra a Mulher, promovida pelos Comitês de Incentivo à Participação Feminina, do Trabalho Seguro e de Equidade, com apoio da Escola Judicial e de universidades parceiras.

 

Coordenadoria de Comunicação Social
Texto: Jonathan Ferreira
Foto: Banco de imagem

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